"Acreditando na magia que existe na educação! Buscando ser a mudança que quero ver no mundo"!
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quinta-feira, 16 de abril de 2009

UMA GUERREIRA NO COMANDO

Dorinha Pankará - cacique pankará

Não estamos no Amazonas, mas bem que esta história poderá ser contada com a mesma magia e devoção que contamos a história das guerreiras amazônicas! Não sabemos se estas, de fato existiram, todavia, aqui em Pernambuco, entre os municípios de Carnaubeira da Penha e Floresta, há uma guerreira à frente do povo Pankará - é a Cacique Dorinha - única chefe indígena mulher do Estado.(grifo meu)
Após deflagrarem o movimento para o reconhecimento oficial, os Pankará, a partir de uma necessidade que surge do contato com a agência indigenista oficial – Funai e outros órgãos governamentais, como a Funasa, estão vivendo um processo de redefinição da sua organização política. Elegeram uma cacique: Maria das Dores Limeira, conhecida por Dorinha, um vice-cacique: Osmar da família Amanso e quatro pajés: Pedro Limeira, Manoel Cacheado, João Miguel e Pedro Leite – sendo estes lideranças antigas instituídas através do sagrado –, um corpo de representantes por aldeia, um Conselho de Saúde Local (exigência da Funasa); dois representante na Copipe (Comissão de Professores Indígenas em Pernambuco) e dois representantes na Articulação dos Povos Indígenas Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme).
Historicamente, ritual e autoridade estiveram estritamente ligados e constituem a dinâmica política entre os Pankará. Cada pajé possui um círculo de relacionamentos mais próximos, dentro da própria família, que consolida e legitima a autoridade de cada um. No caso de Sr.Pedro Limeira, sua autoridade político-religiosa é mais estável por ser também o patriarca. São muito recentes as mobilizações conjuntas para a resolução dos problemas comuns, embora sempre tenha existido uma articulação permanente que gira em torno do ritual, sendo este o espaço principal dos encontros e socialização das informações.
Se ao final do século XIX os povos indígenas em Pernambuco eram tidos como extintos ou incorporados à sociedade nacional, endossando o contingente de trabalhadores rurais, no século XX reaparecem no cenário político da região reivindicando direitos ao Serviço de Proteção ao Índio (SPI), entre eles, na década de 1940, um grupo que se auto denominava pelo etnônimo “Atikum” (Grünewald,1993), formado por “caboclos” das Serras Umã, Arapuá e adjacências. Assim começa a se delinear a (re)construção histórica dos Pankará, dando feições ao grupo como o percebemos hoje:
*A primeira fase compreende o período anterior a etnogênese do grupo Atikum, quando vários grupos indígenas se estabeleceram nas serras, interagindo com camponeses e negros quilombolas, dando visibilidade às unidades étnicas que vieram a emergir.
*A segunda fase da reconstrução histórica dos Pankará é expressa por um movimento que pode ser compreendido como políticas de aliança e ruptura, cuja base de cooperação resultou na constituição do povo indígena Atikum Umã, segundo a versão dos Pankará.
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BARREIRAS INTRANSPONÍVEIS?
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Escolas de comunidade indígena são fechadas em Pernambuco
11/11/2008
Fonte: Radioagência NP - http://www.radioagencianp.com.br/

A Relatoria Nacional para o Direito Humano à Educação chama a atenção para o quadro de negligência com a educação escolar indígena do povo Pankará, localizado no município de Carnaubeira da Penha, sertão do estado de Pernambuco. As escolas da comunidade foram fechadas em fevereiro deste ano e até agora não foram reabertas.A situação das escolas faz parte de uma realidade local marcada por conflitos de terra. O território tradicional Pankará está localizado em área valorizada no sertão pernambucano - em decorrência das fontes de água. O território ainda não foi homologado pela Fundação Nacional do Índio (Funai), o que acirra as disputas entre posseiros e indígenas na região.Se trata de uma rixa entre o prefeito da cidade, Manoel José da Silva (DEM), e os Pankará. Segundo a relatora responsável pela investigação, Denise Carreira, o fechamento das escolas é uma tática que visa a desestabilização da comunidade."Com certeza a escola é um fator decisivo para a manutenção, desenvolvimento e promoção da identidade de um povo. Ao limitar isso, com certeza você está limitando a força daquela identidade e a presença daquele povo naquela região."A relatora afirma que duas das 18 escolas foram fechadas. No entanto, essas duas unidades cumprem o papel de distribuição de material de reforma e alimentação para as outras unidades.As escolas foram fechadas cumprindo um abaixo assinado com o nome de 132 pessoas, em uma comunidade onde vivem mais de quatro mil. De acordo com os Pankará, os integrantes que assinaram o abaixo assinado - à pedido do prefeito - foram pessoas da comunidade que foram cooptadas.
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FONTE:
http://pib.socioambiental.org/pt/povo/pankara/1766
Por Caroline Mendonça - UFPE

2 comentários:

Osmar Bastos disse...

Eu conheço Dorinha Pankará e posso afirmar tranquilamente que parte do que os Pankarás conquistaram deve-se a ela. E uma mulher de muita fibra!

Unknown disse...

Dorinha foi a pioneia na história de Pankará, mulher guerreira, conseguiu o que meu avô Luis Limeira sonhava, nosso reconhecimento
Emília Pankará

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