Por Rosani Fernandes, professora Kaingang
Os povos indígenas não devem ser tratados como primitivos por primarem pela reprodução da cultura, das línguas e dos costumes milenares. Os chineses, japoneses e outros povos não ocidentais têm conciliado cultura e modernidade, mas quando se trata de povos indígenas os rótulos são logo estampados: quando se apropria dos recursos tecnológicos "deixou de ser índio", quando preserva a cultura "é atrasado", quando se trata de garantia de territórios "é muita terra para pouco índio". A cultura é dinâmica, portanto, se modifica, agrega novos elementos e deixa outros para trás. O que queremos é o respeito às nossas formas de organização social como sistemas complexos e completos, com organização política, econômica, jurídica e religiosa própria. Mas será que os professores estão preparados para trabalhar a partir dessa demanda? Ou vão continuar reproduzindo o preconceito, os estereótipos a incompreensão e a intolerância nas escolas e na sociedade?
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