"Acreditando na magia que existe na educação! Buscando ser a mudança que quero ver no mundo"!
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quinta-feira, 16 de abril de 2009

AFINAL, O DIA DO ÍNDIO SERVE PARA ALGUMA COISA?


Infelizmente, as etnias brasileiras ainda não podem comemorar o dia 19 de abril de forma plena, uma vez que, em todo o país, a maioria dos índios enfrenta diversos problemas com as leis brasileiras que ainda não se libertaram da idéia de que o índio é "incapaz", sendo portanto, tutela do estado. Em todo território brasileiro há conflitos especialmente no que concerne a demarcação das terras indígenas, e quando o estado acena positivamente para os índios, o faz com diversas ressalvas, como é o caso da TI Raposa Serra do Sol, recentemente.

Aqui em Pernambuco, das 11 etnias existentes, as 11 tem sérios problemas com fazendeiros, políticos inescrupulosos, posseiros, grileiros e toda série de dificuldades.

Muitas vidas já foram ceifadas, covardemente, tal qual ocorria no início do século XVI. O sangue de muitos guerreiros foi derramado na luta pelo reconhecimento de sua cultura, de seus direitos, por parte da chamada sociedade "civilizada", que de forma estúpida e arrogante mantém discurso semelhante ao dos loucos nazistas. Já perdemos Xicão Xukuru, e tantos outros que "ousaram" desafiar os capitalistas.

Como educadora, acredito que esta data precisa ser recebida de forma mais consciente pelos profissionais da educação, aproveitando a data para tratar dos esteriótipos, do preconceito, da discriminação, das disputas por terras, da falta de políticas sérias para cuidar da saúde dos povos indígenas, da educação. Enfim, é imprescindível que nossos alunos conheçam a verdadeira história dos nossos índios, sob o ponto de vista dos índios e não dos colonizadores.

É assustador a falta de conhecimento da população quanto a assuntos indígenas. A ignorância chega a comentários extremos.

Durante nossas atividades para apresentar a diversidade cultural dos povos indígenas, os alunos repetiram frases que são ditas quase que diariamente por seus pais, que ouviram de seus avós e até hoje disseminam informações equivocadas, regadas de discriminação.

Ao comunicar na sala que iríamos visitar uma aldeia indígena, o aluno ao pedir autorização dos pais ouviu um não, com a justificativa de que era muito perigoso esse lugar cheio de índios(!!)

Com toda certeza, esses pais de alunos não são os únicos desinformados da sociedade gravataense acerca de nossos indígenas.

De uma coisa temos certeza: esta experiência impactará nossas vidas, e acreditamos que a partir deste trabalho multiplicaremos o respeito e o reconhecimento que temos pela contribuição ímpar dos nossos índios na formação deste imenso país.




A editora.

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