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terça-feira, 8 de setembro de 2009

TURISMO EM GRAVATÁ: CONCENTRAÇÃO DE RIQUEZAS E BENEFÍCIOS


MAIS DE 700 KM DE ÁREA RURAL NÃO RECEBEM INCENTIVO E APOIO PARA DESENVOLVER AÇÕES SUSTENTÁVEIS, EM CONSONÂNCIA COM A ECONOMIA QUE ESTÁ SENDO DIFUNDIDA DO MUNICÍPIO


Uma das muitas belezas naturais de São Severino de Gravatá, pouco conhecida.



Enquanto o governo municipal investe pesado para colocar Gravatá na rota do turismo, beneficiando os grandes empresários do setor, muitos deles sequer residentes da cidade, a população que é de MAIORIA rural, não vê um centavo desse dinheiro que passa por aqui, especialmente em épocas de maior movimento. Gravatá recebe semanalmente uma grande população flutuante, integrantes das classes A e B, que utilizam os serviços dos hóteis luxuosos, além dos donos de residências nos diversos condomínios e privês da cidade , que no máximo, utilizam nossos serviços de gastronomia e realizam algumas compras no pólo moveleiro.

Hoje, o estudante das escolas de Uruçu-Mirim, Mandacaru e Avencas, que atendem a jovens de diversos setores (sítios adjacentes), ao concluir o 9º ano (antiga 8ª série), não tem nenhuma perspectiva de vida. Por faltar-lhes recurso, muitos não concluem o ensino médio, e por terem que realizar trabalho braçal no horário que seria dedicado aos estudos, continuam tocando suas vidas sem fazer uso do que viram na escola, tornando o ensino ocioso, fadado a afirmação dos pais do século passado, de que "a escola de que seus filhos precisam, e que lhes garante comida na mesa, é uma enxada".

Recordo de ter escutado muitas vezes minha avó (in memorian) afirmar que, não pôde concluir seus estudos, porque seu pai lhe abrigava a ir para o roçado, ajudar na lavoura que era o sustento da casa. Já se passou mais de 60 anos, e muita coisa não mudou por aqui.

A escola atual, e a política praticada em nosso município, não tem apresentado o verdadeiro dever do ensino, que é de proporcionar qualidade de vida as pessoas. O que precisa ficar claro é que, nem todos (a maioria, diga-se de passagem) serão médicos, advogados, GUIAS TURÍSTICOS, TURISMÓLOGOS, comerciantes ou funcionários públicos. A cidade hoje mal tem estrutura para abrigar os atuais moradores, cujo quadro econômico os deixa abaixo da linha da pobreza, como já foi relatado pelo Jornal do Commércio há pouco.

O que precisamos é de Projetos Políticos e ações educativas voltadas para o homem do campo, pelo fato de ser esta nossa potencialidade maior. Ao contrário de Campos do Jordão, cidade que "inspirou" o ex-prefeito para implantar no município a disciplina Noções de Turismo, nós temos uma alta produção agrícola. Enquanto lá o Turismo representa o único meio de renda e sobrevivência, aqui, nós dependemos diretamente da agricultura.

Não precisa ser nenhum técnico para saber disso, basta não ser nércio. É só observar diariamente a quantidade de caminhões que passam pela cidade, no início da manhã, carregados de produtos hortifrutigranjeiros, vindos de nossos brejos, para compreender meu apelo e revolta. Todos os dias, de acordo com as safras, dezenas de caminhões saem deste município carregados de inhame, laranja, chuchu, feijão, repolho, pimentão, banana, cenoura, entre outros produtos, para abastecer a CEASA. Pouco do que se produz no município é consumido aqui. As escolas, quando oferecem algum produto vegetal, são adquiridos em outros estados! Não há incentivo para os pequenos agricultores, que em sua maioria, praticam uma agricultura de subsistência.

O Turismo Rural favorece a economia local, criando novos empregos em diversas áreas como: no próprio turismo ou ligadas à atividade agrícola, comércio de artesanato, serviços auxiliares e construção civil. Possibilitando a instalação de pequenas indústrias, por exemplo para a produção de alimentos regionais típicos como doces, agregando valor aos produtos do estabelecimento.

A atividade também traz vantagens ambientais, já que as propriedades prezam pela conservação do meio ambiente, e passam isso a cada turista que visita o local. Além disso, desperta a atenção para a recuperação de áreas degradadas e da vegetação florestal e natural.



Visivelmente, nossa cidade tem perdido a característica que a tornou tão desejada e amada por muitos: de cidade do interior, com aquele arzinho rural. Do Alto do Cruzeiro, é possível constatar que hoje existem duas Gravatás: a dos visitantes - luxuosa, com casas confortáveis, locais de lazer com segurança e projetos paisagísticos mirabolantes - e a cidade dos quase 80 mil moradores - sem saneamento, sem escolas decentes para nossos filhos, sem perspectiva de futuro, sem emprego, sem lazer, sem DIGNIDADE!

P.S:
Até nossas praças, que foram reformadas recentemente, a peso de ouro, não dispõe de um local onde nossas crianças possam brincar no final da tarde. Aliás, até as árvores que nos ofereciam sombra, nesse sol escaldante, enquanto aguardávamos o ônibus de Uruçu, uma moto, ou simplesmente um amigo para um bate-papo, foram arrancadas pelo PROGRESSO!

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