"Acreditando na magia que existe na educação! Buscando ser a mudança que quero ver no mundo"!
CONTATOS: sunamitamagalialbuquerque@hotmail.com /sunamitanativaoliveira@gmail.com

sexta-feira, 30 de abril de 2010

REPASSANDO...

Imagem: Época/Globo.

Comunicado

Nós lideranças e guerreiros estamos aqui em nosso movimento e vamos continuar com a paralisação da balsa pela travessia do rio xingu. Enquanto Luiz Inacio Lula da Silva insistir de construir a barragem de Belo Monte nós vamos continuar aqui. Nós ficamos com raiva de ouvir Lula falar que vai construir Belo Monte de qualquer jeito, nem que seja pela força!!! Agora Nos indios e o povo que votamos em Lula estamos sabendo quem essa pessoa. Nós não somos bandidos, nós não somos traficantes para sermos tratados assim, o que nós queremos é a não construção da barragem de Belo Monte. Aqui nós não temos armas para enfrentar a força, se Lula fizer isso ele quer acabar com nós como vem demonstrando, mas o mundo inteiro vai poder saber que nós podemos morrer, mais lutando pelo nosso direito. Estamos diante de um Governo que cada dia que passa se demonstram contra nós indios. Lula tem demonstrado ser inmingo número um dos indios e Marcio Meira o atual Presidente da Funai tem demostrado a ser segunda pessoa no Brasil contra os indios, pois, a Funai não tem tratado mais assuntos indigenas, não demarcação de terra indigena mais, não tem fiscalização de terra indigena mais, não tem aviventação em terra indigena. Os nossos líderes indigenas são empedido de entrarem dentro do predio da funai em Brasilia pela força nacional. O que esta acontecendo com nós indios é um fato de grande abandono, pois, nós indios que somos os primeiros habitantes deste pais estamos sendo esquecidos pelo Governo de Lula que quer a nossa destruição, é esta aconclusão que chegamos.


Lider indigena Megaron Txukarramãe
Aldeia Piaraçu, 26 de abril de 2010


Carta para imprensa. Favor divulgue esta carta do líder Megaron. Abraço,
Matudjo Metuktire
Guerreiro

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Sem vendas nos olhos: PEDOFILIA E IGREJA


Imagem: Google

Pedofilia e Poder Sagrado

Por Pablo Richard


“Quem escandalizar e fizer tropeçar a um desses pequeninos que crêem em mim, melhor lhe seria que lhe amarrassem um grande pedra de moinho ao pescoço e que fosse afundado no mais profundo do mar.” (Palavras de Jesus em Mt 18, 6, e paralelos Mc 9, 42 // Lc 17, 2).

Minha intenção com este artigo não é apenas aprofundar os testemunhos sobre a pedofilia na Egreja, mas ir às causas, raiz e conseqüências desta perversidade. A pedofilia e outras iniqüidades semelhantes desencadeou uma crise na Igreja que não é uma crise temporal que se possa ocultar e esquecer, mas uma crise profunda credibilidade, que pode durar muitas décadas para ser resolvida.

1: A Igreja entre a iniqüidade e a libertação

Um fato revelador é confrontar a atitude da Igreja frente à pedofilia e a atitude radicalmente diferente da mesma Igreja frente à Teologia da Libertação.

Por um lado, a Hierarquia foi permissiva, tolerante, legitimadora e acobertadora da pedofilia. Por outro lado, quase ao mesmo tempo, a Hierarquia da Igreja teve uma vigilância extrema, que levou a muitas condenações e a medidas altamente repressivas e tornadas bem públicas. Tivemos um modelo de Igreja em que se abusou das crianças e se lhes cometeram profundos danos em sua natureza humana. Quase à mesma época, tivemos outro modelo de Igreja que optou pelos pobres e buscou sua libertação. Exigiu-se da Teologia da Libertação irrestrita fidelidade ao dogma católico e obediência ao Sumo Pontífice. À Igreja que sofria o problema dos clérigos pedófilos, impôs-se-lhe guardar silêncio, ocultar os fatos, inclusive nos casos graves, guardar a informação como “segredo pontifício” (veja-se carta de Hans Küng aos bispos, do dia dia 15 de abril de 2010).

2: Crise de uma Igreja cujo poder é a instituição, a lei e o dogma

Paulo de Tarso nos diz: “Romperam com Cristo todos quantos buscam justiça no cumprimento da lei. Caíram em desgraça. Quanto a nós, esperamos a justiça desejada por meio do Espírito e da Fé.” (Gl 5, 4-5).

Existe um modelo de Igreja que busca a justiça no cumprimento fiel da lei, da norma, do cânone, do dogma, da doutrina, da rubrica e da estritira hierárquica da Igreja. Há outro modelo de Igreja que busca a justiça numa atitude crítica fremte à lei, ao dogma e à estrutura hierárquica da Igreja. Tal busca se fez efetiva numa nova maneira de se fazer teologia (a Teologia da Libertação), uma nova maneira de ser Igreja (as Comunidades de Base), uma nova maneira de interpretar a Bíblia (a leitua comulnitária da Bíblia) e uma maneira nova de organizar os ministérios e de celebrar a liturgia, à margem da rubrica e da lei. A Igreja que buscou a justiça na defesa absoluta da lei “rompeu com Cristo e caiu em desgraça.” A pedofilia é um sinal desta ruptura e desta desgraça. A Igreja da lei não é mais uma Igreja que busca a justiça por meio do Espírito e da prática da Fé.

“A ira de Deus se revela desde o céu sobre toda a impiedade e iniqüidade dos que pervertem” a verdade com a iniqüidade. Tendo conhecido a Deus, ofuscaram-se em seus arrazoados e seu insensato coração encheu-se de trevas. Uma vez que julgaram inútil conhecer a Deus, Deus os abandonou aos erros do seu próprio juízo, de modo tal que cometem absolutamente tudo o que é mau: injustiça, perversidade, cobiça, maldade, desafiam a Deus, são arrogantes, orgulhosos, farsantes, insensatos, desleais, sem amor e desapiedados.” (Carta de Paulo à Igreja de Roma, 1, 18-30).

“Nenhum condenação existe” para os que vivem em Cristo Jesus “porque a lei do Espírito que dá vida em Cristo te libertou da lei do pecado e da morte.” (8, 1-2).

3. Leis, estruturas e dogmas que deram vida à perversão

a) A lei do celibato obrigatório

O celibato obrigatório pode causar profundo dano à natureza humana. Uma exceção à luz dos Evangelhos seria o celibato assumido livremente por causa do Reino de Deus, sejam estes clérigos ou leigos. De fato, há médicos, enfermeiras, educadores e muitas outras pessoas que entregam sua vida inteira a serviço dos pobres, dentro ou fora da Igreja.

Nos seminários e nos retiros espirituais para os sacerdotes, se fala muito em “crucificar a sexualidade”. Outras vezes, se diz que os desvios de tipo sexual são subjetivos e podem ser superados com a oração, com uma boa disciplina e com orientação psicológica, que não é dada normalmente por psicólogos, mas por “diretores espirituais”, eles próprios afetados pelo celibato obrigatório.

b) A mesma lei que justifica o celibato e condena a homossexualidade

A homossexualidade é uma opção legítima, quando está guiada por uma ética de amor e fidelidade. Um problema freqüente surge quando se utiliza a condição clerical para encobrir a homossexualidade. A perversão não é a homossexualidade, mas a utilização da instituição eclesial para encobri-la. A homossexulidade manipulada, reprimida e ocultada pode ser causa de sérias perversões sexuais. O Cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado do Vaticano, em sua visita ao Chile, sentenciou que não existe uma relação entre celibato e pedofilia, e que tal constatação estaria fundada em pesquisas científicas sérias de psicólogos e psiquiatras. O cardeal, numa única declaração buscou justificar o celibato e condenar a homossexualidade, com o que negou toda a culpabilidade da Igreja nos delitos de pedofilia, e culpabilizou os homossexuais por tais delitos.

c) A lei absoluta na Igreja de só incluir homens em sua hierarquia

A Igreja católica é a instituição religiosa mais antiga e poderosa cuja estrutura hierárquica é formada exclusivamente por homens. Uma revista (Newsweek) falou de um “clube masculino mais bem sucedido e indestrutível em toda a história.” O Papa em Roma, o Bispo em sua diocese e o Pároco em sua paróquia é o poder sagrado masculino mais antigo na Igreja.

A exclusão da mulher da estrutura hierárquica da Igreja católica é a outra face da masculinização absoluta do ministério clerical. Esta situação transforma a hierarquia eclesial num espaço em que tudo é discutido e decidido entre homens. Qual seria a posição da hierarquia, se a pedofilia fosse discutida entre homens e mulheres? Como seria a Igreja católica, se o cargo atual de Secretário de Estado fosse exercido por uma mulher cardeal ou se uma mulher ordenada estivese no cargo de um dicastério, no Vaticano?

d) Confrontação entre a Igreja católica e a modernidade

A Igreja, desde o século XIX, tem-se visto ameaçada pela modernidade. Por isso redigiu o “Sílabo dos erros da modernidade”. O Concílio Vaticano I (1869-1870) confrontou a “civilização moderna”, quando esta afirma a autonomia da razão, do indivíduo, do Estado e das ciências frente à Igreja católica.

Algumas conclusões do Concílio Vaticano I:

Que a Igreja é uma “sociedade verdadeira, perfeita, espiritual e sobrenatural.

”Que a Igreja é “indefectível” e “infalível”.

Define-se o primado do Romano Pontífice, a soberania temporal da Santa Sé e a função do Papa como juiz supremo de qualquer controvérsia eclesiástica, enquanto ele não pode ser julgado por ninguém, nem sequer pelo concílio.

Finalmente, proclama-se “como dogma divinamente revelado que o romano pontífice, quando fala ex-cathedra, goza de infalibilidade.”

Enquanto tivermos um modelo de Igreja marcado por esta tradição conservadora, a hierarquia católica será incapaz de aceitar as melhores conquistas da modernidade, principalmente em matéria de sexualidade humana.

e) A lei que une perversão sexual e poder sagrado

O arcebispo de Poitiers, Dom Albert Rouet, em livro seu intitulado “J´aimerais vous dire” (Bayard, 2009), escreve: “A Igreja tem estado sacudida, durante vários meses, pela revelação de pedofilia. Será que tudo isso é uma surpresa? Gostaria, antes de tudo, de precisar uma coisa: para que exista pedofilia são necessárias duas condições: uma perversão profunda e um poder. Isto quer dizer que todo sistema fechado, idealizado e sacralizado é um perigo. Quando uma instituição, inclusive a Igreja, se fundamenta numa posição de direito privado e se afirma numa posição de força, os desvios financeiros e sexuais chegam a ser possíveis.”

4. As vítimas da pedofilia e a credibilidade da Igreja

É importante ver toda a realidade da pedofilia, a partir de suas vítimas. A Igreja considerou, até há pouco tempo, a pedofilia como um pecado e não um delito. O pecado pode ficar oculto no segredo do sacramento da confissão, mas o delito é um crime que deve ser levado publicamente aos tribunais. A Igreja hierárquica recusou a culpabilização da pedofilia e ocultou o pedófilo para salvar como Igreja sua credibilidade e prestígio. A Igreja também ocultou a criminalização da pedofilia para evitar ser condenada e pagar uma indenização econômica. Ocultar o delito e o delinqüente para salvar o prstítio da Igreja, é uma iniqüidade e uma agressão contra as vítimas. Expressa também hipocrisia, farisaísmo e falta de solidariedade.

A Igreja hierárquica ocultou os padres pedófilos, com o pretexto de tornar possível um acompanhamento psicológico. Transfere-os de uma paróquia para outra ou os enviou a uma diocese fora do país, com o pretexto de uma reabilitação dos pedófilos, para não causar danos à credibilidade e ao prestígio da Igreja. Argumentou-se que a pedofilia era uma “enfermidade” que para ser sanada, devia-se evitar todo escândalo público (entrevista ao Cardeal Dario Castrillón Hoyos, realizado por Patrícia Janiot, na CNN).

Um argumento utilizado para ocultar a pedofilia do clero era a prioridade que se devia dar à Instituição Eclesial por cima das vítimas. Via-se assim como necessária a reabilitação do clero pedófilo, em função dos interesses da mesma Igreja. Além disso, esta não devia “perder” um sacerdote por causa de um “problema pessoal” como era considerada a pedofilia. Argumentou-se também que o número dos sacerdotes pedófilos era insignificante, em comparação com a maioria dos sacerdotes que não o eram. Discutiu-se ainda que o percentual da pedofilia no clero era mínimo, se se comparasse o percentual da pedofilia em nível social e mundial.A Igreja também enfrentou os meios de comunicação que denunciavam a pedofilia na Igreja. Interpretou isto como uma campanha midiática perversa contra a prórpia Igreja católica. Agora, a Igreja se apresentava assim como vítima, e ocultava as verdadeiras vítimas da pedofilia.

Todos esses argumentos confirmam que a Igreja não via a pedofilia, a partir de suas vítimas, mas a partir de seus interesses, especialmente a partir da defesa de sua credibilidade e de sua autoridade.

5. Os gritos das vítimas e o pranto da hierarquia católica

No basta que a Igreja peça perdão pelos delitos de pedofilia cometidos por sua hierarquia, episcopal e presbiteral. Tão pouco basta a condenação dos sacerdotes pedófilos e a assim chamada “tolerância zero”. Também não basta que a Igreja tome medidas disciplinares para que a prática da pedofilia desapareça para sempre. Não basta reconhecer que a Igreja se sente ferida ou arrependida. Não basta que os Legionários de Cristo declare que o seu fundador, o Pe. Marcial Maciel e alguns de seus discípulos não são exemplo de vida cristã e sacerdotal.

Tudo isto é justo e necessário, mas falta o mais importante: escutar o grito das vítimas. Toda a problemática da pedofilia deve ser analisada e julgadas por eles mesmos, e a partir de sua própria realidade. Os que foram vítimas têm direito de ser sujeitos de sua própria vida, sujeito da reconstrução de suas vidas e sujeitos da reconstrução dos fatos dos quais foram vítimas. Não desejam que sejam outros, inclusive seus vitimários, que falem por eles. Eles próprios exigem uma explicação de por quê a Igreja ocultou os clérigos e bispos pedófilos. Pedem pessoalmente uma condenação de seus agressores e uma indenização pelos danos infligidos. Eles, como sujeitos, querem ser solidários com outras vítimas de pedofilia, na Igreja e na sociedade, que ainda não puderam fazer su denúncia e levar a juízo. O grito das vítimas já ecoa no mundo inteiro. A solidariedade, pois, já se estende a outros milhões de meninos e meninas que sofrem outras realidades de morte, como as dezesseis mil crianças que morrem de fome, a cada dia.

Sentimos hoje a atualidade das palavras que Deus disse a Moisés: “Eu vi a aflição do meu Povo no Egito, escutei seu clamor contra seus opressores e conheço seus sofrimentos. Eu desci para vos libertar e vos conduzir a uma terra onde fluem leite e mel.” (Êxodo, 3, 7-8).

Texto enviado por seu autor teólogo Pablo Richard ao Movimento Teologias da Libertação – Chile..

(Trad. Alder Júlio F. Calado)


Amigos! Amigas!

Não nos move qualquer propósito sensacionalista, ao encarar o grave problema da pedofilia (seja na Igreja, seja onde tenha lugar). Importa, sim, buscar a raiz do problema (deste e de outros).

Nessa direção, entendo bem a contundência do artigo de Pablo Richard, há dois dias enviado por Rolando, e que tentei traduzir para ampliar o alcance da socialização.

Fraternalmente,

Alder


VÍDEOS:

http://www.youtube.com/watch?v=Jr5Q5Volv88
http://www.youtube.com/watch?v=YpcE6Igwr0U
http://www.youtube.com/watch?v=_tKuNmyjG80
http://www.youtube.com/watch?v=rVvNG_DkwzY
http://www.youtube.com/watch?v=YWvl1EKY0jk
http://www.youtube.com/watch?v=K95X2VKqQ9o

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Nota da editora:
Os vídeos são colaboração do leitor Stefano.
Muito obrigada!!

Repassando


A Ilha de Tatuoca e Suape

Marcos Miliano (*)

Lagosta, carne e peixe eram a “mistura” que compunha a mesa de meu anfitrião em meu primeiro jantar na Ilha de Tatuoca. Uma das melhores refeições que já tive, com conversa boa e paladar divino. Tudo muito diferente do que algumas notícias encomendadas querem mostrar: “Uma ilha de miséria no desenvolvimento de Suape” - Nada disso! As pessoas que vivem em Tatuoca – Ipojuca – PE, têm uma vida de trabalho como todo brasileiro, mas vivem bem e num modo de sustentabilidade ensinado a quatro gerações.

Quero mostrar ao paciente leitor, que talvez não conheça aquele paraíso a apenas 52 quilômetros de nossa capital, que todos os 7300m2 rodeados por belos rios e mar, com mata, mangue, casas e animais será concretado e transformado na pomposa Zona Industrial Portuária, de um modo ou de outro, tudo estará morto, inclusive o modo de vida tradicional que tem ali. A afinidade dos nativos com o lugar é ignorada e em troca de sua retirada da casa, o que se oferece é a depressão aos idosos que deixarão sua referência de vida, a falta de perspectiva para os mais jovens longe de seu meio de subsistência e a perda geral da paz.

As pessoas que vivem em um lugar de beleza exuberante e com excelente qualidade de vida, em seus sítios com fruteiras, areias brancas e sinfonias de pássaros, serão levadas para uma vila, longe de seu lugar de referência, para morar em casas de gesso, com dois quartos e quintais de 25m².

Visitei a Tatuoca por causa de uma pesquisa acadêmica, conheci as pessoas das 48 famílias que povoam a Ilha da “casa do tatu”, gente um pouco desconfiada por tudo de ruim que aquelas pessoas do desenvolvimentismo têm trazido – barulho, poluição, morte da fauna, flora e a expulsão; Mas que depois, ao perceberem sua amizade, o tratam por compadre e o acolhem em suas casas com a melhor hospitalidade. Nos oito meses que freqüentei semanalmente a casa de meu amigo Edson nunca senti o menor desagrado, cara feia ou questão negativa, nem dele, nem de sua maravilhosa família ou de qualquer morador que convivi durante minha pesquisa, tão invasiva como toda pesquisa.

A partir da série de inovações trazidas pelo “desenvolvimento”, transformam-se as estruturas e práticas sociais e a própria cadeia de geração de valor. No entorno do Complexo Industrial Portuário de Suape, um padrão se constrói para o trato com as comunidades e em meio a diferentes condições os projetos sociais são implantados, sem levar em consideração as necessidades específicas de cada comunidade. O Governo esquece que o que os move deveria ser as questões ligadas diretamente à qualidade de vida dessas pessoas e não as promessas de ganhos econômicos muitas vezes camuflando a destruição do meio ambiente.

A modificação da rotina de vida daquelas comunidades engolidas por esse desenvolvimento deve ser observada antes de tudo, nesse processo de implantações.

Estudos em andamento apontam para uma ocupação da ilha, desde 1550, onde ela aparece em documentos históricos guardados na Torre do Tombo e em outros importantes acervos. Mesmo porque Pinzón aportou em sua praia em janeiro de 1500.

O que o socioambientalismo coloca em pauta, está em associação às necessidades de constituição de uma cidadania para os desiguais, a ênfase dos direitos sociais, o impacto da degradação socioambiental, notadamente sobre as comunidades menos privilegiadas pelo esclarecimento.

O discurso do desenvolvimento sustentado assume papel de preponderância e a sustentabilidade deve ser encarada como um novo paradigma do desenvolvimento. O poder público local, ao invés de aceitar as determinações dos conglomerados corporativos, assinando permissões e alvarás, em nome dos regalos econômicos trazidos pelo desenvolvimento, deveria potencializar uma verdadeira parceria com as associações de moradores para pensar um desenvolvimento que beneficiasse as comunidades humildes, vítimas das alterações promovidas pelos empreendimentos que degradam e engolem um meio de vida histórico, tradicional e sustentável, dessas famílias. E quando me refiro a parceria, não quero dizer distribuir cestas básicas e preservativos, em época de eleição, mas de entender os anseios das comunidades e suas preocupações, tentando compreendê-las.

Antes de pensar o desenvolvimento, a duras penas, com aterros de mangues e estuários, morte de peixes e meio de vida local, a retirada da mata ciliar, entre outros “assassínios”; A coleta e a sistematização de informações estratégicas sobre a função dos ecossistemas a partir de levantamentos completos e reais sobre os impactos dos processos de devastação e desflorestamento deveriam ser feitos e acima de tudo, levados em consideração.

A direção de Suape tenta desfazer a lógica que demanda as articulações e a solidariedade na comunidade, fragmentando com seus acordos individuais e sigilosos a definição de objetivos comuns, promovendo os atritos e conflitos baseados numa acumulação econômica direcionada para cada morador pelo seu direito à terra.

As pessoas estão esquecendo momentaneamente que somos influenciados também pelas coisas da natureza, um lago, um rio, uma montanha ou uma árvore, podem nos oferecer um foco emocional na nossa vida ou para a comunidade, e isso só será notado quando perdermos tudo.


Marcos Miliano é concluinte do curso de ciências sociais da UFRPE e bolsista da Fundaj.

Publicado em: JC Blog CIÊNCIA E MEIO AMBIENTE POSTADO ÀS 14:03 EM 27 de Abril DE 2010

Enviado pelo Profº Dr. Edson Hely Silva - UFRPE

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Do site da Prefeitura Municipal de Gravatá

Professora de Gravatá têm matéria publicada na revista paulistana
Fusão Cultural




A professora da rede municipal de Gravatá, Sunamita Oliveira, que trabalha com a 4ª série do ensino fundamental da Escola John Kennedy, teve um de seus artigos publicados na revista paulistana Fusão Cultural, abordando a Cultura Indígena.

Sunamita Oliveira vive engajada em difundir a cultura indígena em Gravatá através de intercâmbios com alunos e comunidades indígenas, realizando projetos pedagógicos voltados ao combate da discriminação e preconceito existentes contra os primeiros donos dessas terras.

Fusão Cultural

Além de circular em São Paulo, a revista também está disponível na internet, através do site: www.fusaocultural.com.br. Os artigos, trabalhos de pesquisa e sugestões de atividades para os professores que desejam abordar este tema, cumprindo com a Lei 11.645/08, que torna obrigatório o ensino da Cultura Indígena e Afro-brasileira em todo país, podem ser encontrados também no blog assinado pela professora: www.educarencantando.blogspot.com.

Fonte de Informações: www.fusaocultural.com.br
www.educarencantando.blogspot.com.

terça-feira, 27 de abril de 2010

ARTIGO PUBLICADO EM REVISTA DO SUDESTE DO PAÍS


TEMÁTICA INDÍGENA ABORDADA PELA PROFESSORA
SUNAMITA OLIVEIRA



Acesse e conheça:
www.fusaocultural.com.br


De forma dinâmica e atual, a Revista Fusão Cultural chega até o público pernambucano na versão eletrônica, em seu ano de estreia, e traz em seu segundo trabalho a discussão sobre nossos nativos em meio a tecnologia e as facilidades da vida moderna. O artigo da Profª Sunamita Oliveira pode ser lido na seção "Articulando".

Culture-se!!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

NOTÍCIAS DA ÁREA RURAL DE GRAVATÁ

Visite nosso blog destinado as notícias da área rural, voltadas para as ações que favorecem a permanência do homem no campo com total dignidade.

Acesse:

www.aeducacaonocampo.blogspot.com

domingo, 25 de abril de 2010

CAMPANHA DO VEREADOR FERNANDO RESENDE VAI PARAR NA TELONA

VEREADOR COM "PINTA" DE GALÃ É ATRAÇÃO NO
CINE SÃO LUIZ
NA 3ª MOSTRA PERNAMBUCO

É claro que o enredo do documentário de Marcelo Brennand não trata do charme do jovem vereador de Gravatá Fernando Resende, motivo de suspiro entre muitas jovens gravataenses, que o tratam com carinho e muito respeito, mas, retrata a campanha de 2008, enfatizando a abordagem porta-a-porta, comum em cidades do interior, onde os políticos são mais"chegados" aos eleitores.
O documentário será exibido hoje no Cine São Luiz as 19h, encerrando a programação competitiva da Mostra Pernambuco que traz 18 produções - 15 curtas e 3 longas-metragens realizados por diretores pernambucanos ou que que tenham vínculo com a cultura do estado, e que termina neste domingo com o documentário Porta a porta - Uma politica em dis tempos. O longa-metragem será exibido pela primeira vez no Cine PE e marca a estréia de Marcelo Brennand na direção. O filme trata da influência do periodo eleitoral no contexto politico-social de uma cidade do interior, no caso, Gravatá.
O fio condutor inicial é a camapnha do vereador Fernando Resende, que permitiu ser acompanhado por uma equipe de filmagem.
O filme em breve será exibido em praça pública em Gravatá, Garanhuns e Petrolina, como retorno ao público do interior.
As sessões da Mostra Pernambuco no Cinema São Luiz começam às 19h e ingressos poderão ser retirados gratuitamente na bilheteria do cinema a partir das 17h.
O trabalho do vereador Fernando Resende pode ser acompanhado através do site da Câmara de Vereadores de Gravatá e do Blog do Castanha.


____________________
Fonte:
Jornal Diário de Pernambuco - 25.04.2010 (Coluna Viver)
Foto: Site da Câmara de Vereadores de Gravatá

sábado, 24 de abril de 2010

Educação Indígena


Formação de professores é um dos desafios no Dia do Índio

Segunda-feira, 19 de abril de 2010 - 17:45


Carência nas aldeias é de 1 mil escolas. (Foto: Fabiana Carvalho)Para atender uma população indígena crescente – estimada em 734 mil cidadãos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Ministério da Educação tem, nesta data, quando se celebra o Dia do Índio, pelo menos três desafios: formar 6 mil professores, construir 1 mil escolas e implantar cerca de 20 territórios etnoeducacionais.

De acordo com o coordenador de educação escolar indígena do Ministério da Educação, Gersen Baniwa, no capítulo da formação de professores houve avanços desde 2003. Hoje, 2.500 educadores indígenas estão em cursos de formação intercultural e específica, e outros 1.500 fazem cursos de licenciatura. Isso significa que, ao final do ano, a meta de qualificar 4 mil professores será alcançada.

Para ampliar o número de vagas em cursos superiores e atender os 6 mil professores que lecionam sem graduação, diz Baniwa, o MEC fez mudanças no programa de formação que entram em vigor este ano. Passa do sistema de edital, que era limitado a R$ 480 mil por ano para cada universidade, para bolsa de estudos. Com isso, a expectativa do MEC é que as universidades federais abram mais vagas e assim o país consiga dar formação aos professores. Só no Amazonas, são mais de 2.500 professores trabalhando sem graduação.

A construção de escolas nas aldeias é outra situação complexa. Das 3.150 escolas existentes, cerca de 1 mil não têm sede própria. Nesses casos, relata o coordenador, os alunos estudam na casa do cacique ou dos professores, em uma área de uso comum da comunidade e, em alguns casos, até debaixo de árvores.

Duas dificuldades são as mais comuns na construção de escolas: a dependência de que estados e municípios enviem projetos arquitetônicos para avaliação do MEC (que paga a construção) e a questão dos povos nômades, especialmente na região Norte. A meta deste ano é construir cem escolas.

Territórios – A construção dos territórios etnoeducacionais, que são instrumentos de gestão da educação indígena, definidos pelo Decreto nº 6.861, de 27 de maio de 2009, e aprovados na 1ª Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena, em novembro de 2009, está em andamento.

Povos de três estados já definiram seus territórios. Em Mato Grosso do Sul, foram criados dois: dos Povos do Cone Sul (duas etnias que ocupam 18 municípios) e do Pantanal (seis etnias em 11 municípios); no Amazonas também foram criados dois territórios: do Rio Negro (23 povos em três municípios) e do Baixo Amazonas (cinco povos em cinco municípios); em Mato Grosso, o povo Xavante criou um território etnoeducacional reunindo 15 mil índios que ocupam 20 municípios do estado.

Povos dos demais estados, segundo Gersen Baniwa, discutem a criação de territórios. A configuração atual prevê a criação de 24 territórios que abrangeriam os 227 povos indígenas.

Ionice Lorenzoni


Fonte: Site do Ministério da Educação
www.mec.gov.br

PREFEITURA DE GRAVATÁ: AÇÕES VOLTADAS PARA O TURISMO RURAL

Qualifica Gravatá – Curso de Planejamento de Trilhas foi encerrado neste sexta



O curso de Planejamento de Trilhas contou com uma turma composta por pouco mais de dez pessoas que tiveram aulas teóricas e práticas.



A Secretaria de Turismo encerrou na manhã desta sexta-feira (23/04) mais um curso promovido pela prefeitura através do programa Qualifica Gravatá (Programa de qualificação da mão de obra turística da cidade envolvendo cinco secretarias – Turismo, Ação Social, Indústria e Comércio, Meio Ambiente e Infraestrutura). O curso de Planejamento de Trilhas contou com uma turma composta por pouco mais de dez pessoas que tiveram aulas teóricas e práticas sobre: Técnicas de Condução, Alongamento, Respiração, Dados Técnicos e Liderança. O curso teve duração de 32 horas aula.

As aulas teóricas aconteceram na sala de capacitações localizada no prédio da secretaria de finanças e as práticas em diversos pontos da cidade e região. Na manhã desta sexta-feira (23/04) o grupo conheceu o equipamento turístico Terras de Santa Fé na cidade de Bezerros. Segundo o instrutor Aldemário Prazeres, a visita teve como objetivo fazer com que os alunos conheçam outros espaços além de Gravatá e identifiquem pontos apropriados para o turismo e a prática de trilhas. Todos os alunos receberam certificado de conclusão.








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Nota da editora:
São ações deste porte que viabilizam e favorecem a permanência das pessoas no campo, com atividades que deixem renda na área rural também. Os benefícios destas ações serão notórios para todos, sem o continuo crescimento desordenado das periferias e aumento constante da violência em virtude dos desajustes sociais.

Fonte: Site da Prefeitura
www.prefeituradegravata.com.br

sexta-feira, 23 de abril de 2010

FORMAÇÃO CONTINUADA DE EDUCADORES EM GRAVATÁ

FALTA "ARTE" NAS DISCIPLINAS E NOS FORMADORES DO IPAD

Arte-educador Emerson Pontes - profissionalismo com sucesso garantido nas oficinas realizadas

Encerrou hoje a 1ª Formação continuada dos Educadores em Gravatá de 2010, e pelo terceiro ano consecutivo, desagradou a maioria dos professores, pela falta de aptidão de boa parte dos formadores, que nada acrescentaram à pratica docente.

Saímos com a sensação ou certeza de estarmos sempre sendo subestimados, exatamente por sermos do interior do estado. Curiosamente, os formadores chegam falando em "construtivismo" e aplicam atividades "jesuíticas", que praticávamos no século XIX.
As atividades que foram apresentadas na 4ª série (5º ano), por exemplo, correspondem ao que vivenciamos em nossas salas de 2ª série, sendo que com muito mais vigor do que as formadoras trouxeram.

Parece que o desencanto ao qual os educadores estão sendo submetidos, mediante a falta de reconhecimento, politicas públicas respeitáveis e um salário digno, atingiram também os formadores.

Mas, nem tudo felizmente é fel. O grande artista plástico e Arte-educador Emerson Pontes elevou o nível das atividades realizadas, especialmente no 1º ano. Para quem ainda não o conhece, temos a honra de apresentar: Formado em Artes Plásticas, com especialização, Emerson Pontes tem alcançado êxito nas formações que rea liza em Gravatá, e neste ano, pela primeira vez, com turmas do Ensino Fundamental I, embora, o IPAD tenha deixado apenas 01 dia para as aulas de artes visuais, desconsiderando a importância e relevância desta disciplina na vida de crianças pequenas, especialmente.

Além de possibilitar o conhecimento cultural, através de leituras e releituras de obras de artes, a disciplina de artes também possibilita a livre expressão da criança, que tem a possiblidade de externar sentimentos e pensamentos através de suas produções.
Nossa torcida para que esse fato seja revisto, e na próxima formação, já marcada para o mês de julho, Emerson Pontes possa dar continudade ao belo trabalho iniciado ontem, dia 22 de Abril.
Confira as imagens de algumas belas produções, que contagiram alunas de outras salas, inclusive a mim!
Ao Mestre Emerson Pontes, parabéns pelo profissionalismo e dedicação. Que tenhamos aulas de Matemática, Português, Ciências, Geografia, História, com ARTE!!

Outro ponto positivo a ser registrado, fazendo jus ao que ensinou minha mãe, trata-se de reconhecer o empenho da equipe da Secretaria de Educação, nas pessoas de Maria da Paz, D. Sônia, que o tempo todo ouviam as queixas e anotavam. Gentileza gera gentileza!
D. Sônia, como prometido: Um cheiro pra senhora!!





Metade: esta atividade se completa com a fotografia, como visto no topo da matéria com o Prof. Emerson Pontes

quinta-feira, 22 de abril de 2010

22 DE ABRIL - DIA MUNDIAL DA TERRA


O Dia da Terra foi criado em 1970 quando o Senador norte-americano Gaylord Nelson convocou o primeiro protesto nacionalcontra a poluição. É festejado em 22 de abril e a partir de 1990, outros países passaram a celebrar a data.

Sabe-se que a Terra tem em torno de 4,5 bilhões de anos e existem várias teorias para o “nascimento” do planeta. A Terra é o terceiro planeta do Sistema Solar, tendo a Lua como seu único satélite natural. A Terra tem 510,3 milhões de km2 de área total, sendo que aproximadamente 97% é composto por água (1,59 bilhões de km3). A quantidade de água salgada é 30 vezes a de água doce, e 50% da água doce do planeta está situada no subsolo.

A atmosfera terrestre vai até cerca de 1.000 km de altura, sendo composta basicamente de nitrogênio, oxigênio, argônio e outros gases.

Há 400 milhões de anos a Pangéia reunia todas as terras num único continente. Com o movimento lento das placas tectônicas (blocos em que a crosta terrestre está dividida), 225 milhões de anos atrás a Pangéia partiu-se no sentido leste-oeste, formando a Laurásia ao norte e Godwana ao sul e somente há 60 milhões de anos a Terra assumiu a conformação e posição atual dos continentes.

O relevo da Terra é influenciado pela ação de vários agentes (vulcanismo), abalos sísmicos, ventos, chuvas, marés, ação do homem) que são responsáveis pela sua formação, desgaste e modelagem. O ponto mais alto da Terra é o Everest no Nepal/ China com aproximadamente 8.848 metros acima do nível do mar. A Terra já passou por pelo menos 3 grandes períodos glaciais e outros pequenos.

A reconstituição da vida na Terra foi conseguida através de fósseis, os mais antigos que conhecemos datam de 3,5 bilhões de anos e constituem em diversos tipos de pequenas células, relativamente simples. As primeiras etapas da evolução da vida ocorreram em uma atmosfera anaeróbia (sem oxigênio).

As teorias da origem da vida na Terra, são muitas, mas algumas evidências não podem ser esquecidas. As moléculas primitivas, encontradas na atmosfera, compõe aproximadamente 98% da matéria encontrada nos organismos de hoje. O gás oxigênio só foi formado depois que os organismos fotossintetizantes começaram suas atividades. As moléculas primitivas se agregam para formar moléculas mais complexas.

A evidência disso é que as mitocôndrias celulares possuam DNA próprio. Cada estrutura era capaz de se satisfazer suas necessidades energéticas, utilizando compostos disponíveis. Com este aumento de complexidade, elas adquiriram capacidade de crescer, de se reproduzir e de passar suas características para as gerações subseqüentes.

A população humana atual da Terra é de aproximadamente 6 bilhões de pessoas e a expectativa de vida é em média de 65 anos.

Para mantermos o equlíbrio do planeta é preciso consciência dessa importância, a começar pelas crianças. Não se pode acabar com os recursos naturais, essenciais para a vida humana, pois não haverá como repô-los. O pensamento deve ser global, mas a ação local, como é tratado na Agenda 21.


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Fonte:

http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./educacao/index.php3&conteudo=./educacao/artigos/diadaterra.html

quarta-feira, 21 de abril de 2010

PREFEITURA DE BEZERROS PROPORCIONA INTERCÂMBIO CULTURAL COM OS FULNI-Ô

DIA DO ÍNDIO COMEMORADO COM INTEGRAÇÃO E DIVERSIDADE CULTURAL, CONFORME LEI 11.645/08


Minha amiga Elaine, professora em Bezerros, com índio Fulni-ô

A Secretaria de Turismo da cidade de Bezerros proporcionou aos alunos bem como a toda sociedade civil organizada um momento rico, cheio de significações culturais e aprendizagens, possibilitando a vinda dos índios Fulni-ô, de Águas Belas para se apresentar na cidade, em comemoração ao Dia do Índio.
Os fulni-ô, inicialmente chamados e carnijó, ou carijó, tiveram aldeamentos nos locais onde hoje foram construídas as cidades de Caruaru, Taquatitinga e inclusive Gravatá.
Com intuito de conhecermos mais acerca de nossa história, também realizamos um convite aos povo fulni-ô para participar das comemorações de nossa 1ª Semana de Cultura Indígena, encabeçada pela Escola John Kennedy, no entanto, nosso pedido de apoio dirigido à Secretaria de Turismo de Gravatá foi vetado.
A cidade dos Bezerros tem se destacado mediante os bons trabalhos que vem realizando. Ano passado e este ano, enviaram alunos para participar do programa Soletrando, da Rede Globo de televisão, conseguiram eleger uma Miss Pernambuco, e tem hoje um bom índice no IDEB.

Precisa comentar???

terça-feira, 20 de abril de 2010

CONHECER PARA RESPEITAR

Até o dia 30 deste mês, exporemos reportagens especiais, algumas publicadas há algum tempo, mas que continuam atuais, tratando da questão indígena em nosso país, como contribuição para amenizar a falta de conhecimento de boa parte dos educadores e sociedade civil a respeito de nossos parentes indígenas.


MBYÁ-GUARANI: EM BUSCA DA TERRA SEM-MALES

Foto: Sócio Ambiental


Quando o Brasil foi descoberto, 5 milhões de índios viviam onde hoje sobrevivem, segundo números oficiais, 329 mil, numa área que representa menos de 12 % do território nacional. A expectativa de vida deste povo não é nada boa. Nos últimos três anos, caiu 11%. Os motivos: as péssimas condições de vida, sobretudo, o acesso aos serviços de saúde e o contato com doenças urbanas. Em época de festejos dos 500 anos de descobrimento do Brasil, e véspera do Dia do Índio, não há muito para se comemorar.
"Foi atropelado, foi expulso, foi muita matança. Então esse dia nós não podemos comemorar porque se tivesse chegado num triunfo, algum resultado que é bom para o povo indígena....mas não temos o que comemorar nesse dia" (Felipe Bisuelo, Mbyá-Guarani/RS)
Ainda lutam pelo direito de viver com dignidade e liberdade em sua própria casa. Foram escravizados, expulsos para longe de suas terras e continuam sendo perseguidos e massacrados, acuados em áreas cada vez menores e menos viáveis.
"Tem semente natural que nós não devemos perder. Também tem essa semente do branco que nós sempre plantamos. Só que não tem muito lugar pra fazer plantação e terra que não ajuda para crescer" (Santiago Franco, Mbyá-Guarani/RS)
No Rio Grande do Sul existem em torno de 9 mil índios sob a jurisdição da Funai no Estado, e mais 3 mil em Nonoai, assistidos pela Funai de Chapecó, Santa Catarina. A maioria dos povos do interior do Rio Grande do Sul são de etnia Kaingang. Os Kaingang habitam terras disputadas por madereiras e grandes agricultores que usam áreas arrendadas dos índios. As dificuldades na busca de atendimento médico, a desnutrição e o contato que há muito já enfrentam com doenças trazidas pelo homem branco, fazem com que suas plantas medicinais já não possam mais curar. Na reserva da Guarita, norte do Estado, 13 crianças morreram desde dezembro do ano passado. O Procurador da República, Marcelo Beckhausen, declarou no mês de março, que já foi encaminhada uma ação civil pública à Justiça Federal, determinando que a Funai recupere a infra-estrutura física dos serviços de saúde no prazo de um ano. Ele comenta os relatos indígenas, sobre a discriminação nos postos de saúde das cidades próximas.
"Uma informação por parte de funcionários da Funai de que em hospitais do interior estariam discriminando essas comunidades indígenas inclusive em relação aos leitos. Então isso não pode mais acontecer. A Funai tem que ter uma política pública de saúde. O que eu tenho de informação seria de um hospital em que as pessoas exigiriam que não ficassem num mesmo quarto que os índios" (Marcelo Beckhausen - Procurador da República no RS)
A Fundação Nacional do Índio, no Rio Grande do Sul, com sede em Passo Fundo, vê seus orçamentos serem cortados a cada ano. Como explica o Superintendente Substituto, JACI RODRIGUES SBARDELOTTO.
"A Administração em nível de estado encaminha anualmente os projetos que seriam necessários para o ano seguinte. Só que esses projetos infelizmente não tem aprovação total em nível de Ministério. Então você faz, por exemplo, um orçamento da necessidade de 1 milhão de reais e recebe 80 mil. Então você tem que trabalhar com os 80mil. Você projeta dez e recebe um" (Jaci Rodrigues Sbardelotto, Superintendente Substituto da Funai/RS)
Se com terras demarcadas, sejam reconhecidas como área indígena ou transformada em reserva, já é difícil a sobrevivência, aqueles que ainda não possuem um paradeiro reconhecido, têm muito mais para se preocupar. Há uma segunda tribo que habita o território gaúcho. Os Mbyá-Guarani formam um grupo de mil índios espalhados no Rio Grande do Sul. Esses índios, caracterizados nômades, não possuem nenhuma área demarcada. Eles seguem um circuito de andanças onde visitam outras comunidades Guaranis, em Santa Catarina, Paraná, Espírito Santo e nos países do Paraguai, Argentina e Uruguai. Acampados a beira de estradas, os Mbya-Guarani não podem mais caçar e tampouco pescar. Enfrentam dificuldades para transmitirem aos mais jovens, sua cultura e religiosidade, se tornando cada vez mais vulneráveis a doenças. Agora, mais do que nunca, precisam de terra, para resgatar o que restou de sua identidade. Um grupo de 75 Mbyás, habita pequenas áreas à margem da BR 116, na altura do município da Barra do Ribeiro. Sobrevive da venda do artesanato, com dificuldade, como explica JOSE CIRILO MORINICO, um dos líderes dos Mbyás.
"As vezes não vende nada. Aí sofre as crianças sem alimentação porque ninguém ajuda nós. Se algum vende 5 ou 10 reais compramos alimento pra crianças". (José Cirilo Morinico, Mbyá-Guarani/RS)
Eles já não lembram mais há quanto tempo estão acampados. O perigo para se deslocarem entre os acampamentos, formado por dezenas de casas de lona, já resultou em sete atropelamentos à margem da rodovia. Dois morreram.
"Sete atropelamentos aqui na beira da estrada só esse ano. Faleceu duas pessoas. E também agora essas crianças estão passando perigo. O pai "Iuma" tá cuidando por isso que não aconteceu até hoje com as crianças. E por isso que nós queremos a demarcação da terra pro Guarani ficar fora de perigo" (José Cirilo Morinico, Mbyá-Guarani/RS)
Dos 75 índios, 25 são crianças com idade até oito anos. As condições de saúde são mínimas. No dia em que a reportagem da Rádio Bandeirantes visitou o local, um dos líderes dos Mbyá -Guarani, SANTIAGO FRANCO, reclamava de febre e diarréia com sangue. A suspeita: a água da vertente contaminada com agrotóxico. JOSÉ CIRILO fala sobre a busca ao atendimento médico.
"Quando tem doença nós procuramos o hospital de Barra do Ribeiro. O posto de saúde. Nós mesmo pagamos passagem. Não vem ninguém aqui pra controlar como é que está a situação Guarani. E agora que tem as crianças de um ano. Estão internadas no Hospital Santo Antonio" (José Cirilo Morinico, Mbyá-Guarani/RS)
Os Mbyá-Guarani encaminharam a Funai, o levantamento de um área de 100 hectares na regiões de Barra do Ribeiro. O proprietário se dispôs a vender as terras, mas ainda não há proposta da Funai.
"São 100 hectares que pra nós é bom. Já fizemos uma pesquisa e tudo. Não queremos morar mais aqui na beira da estrada" (José Cirilo Morinico, Mbyá-Guarani/RS)
Até agora o povo Mbyá-Guarani do Rio Grande do Sul espera a publicação do resumo do relatório da Funai, sobre as áreas do Cantagalo, em Porto Alegre, Capivari e a Varzinha de Torres. Está em reestudo uma área no Taim e outra em Irapuá. Um dos integrantes do Departamento de Identificação Fundiária da Funai, CARLOS ALEXANDRE DOS SANTOS reconhece as dificuldades para as demarcações.
"O artigo da Constituição, o 231, fala sobre tradicionalidade e permanência de um grupo no local. Aí sim a Funai identifica. Como não é o caso dos Guaranis que estão nesse processo de imigração, vindos da Argentina, Paraguai ou mesmo de área do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catariana, estão indo para o litoral, fica difícil caracterizar uma área como tradicional Mbyá-Guarani. A última hipótese seria a compra de terra. Mas hoje em dia os Guaranis estão se fixando, porque eles estão vendo que os espaços que foram designados para eles, pelo "Ianderú" que é o seu deus, estão se acabando". (Carlos Alexandre dos Santos, Funai/DF)
O antropólogo RODRIGO VENZON já atuou em organizações não governamentais de apoio ao índio e, junto a entidades ligadas a igreja, assiste como voluntário aos Mbyá no Estado. Ele reclama da legislação que afastou o povo indígena de suas próprias terras, para serem criadas reservas ambientais.
"Eu acho importante a existência das áreas de preservação ecológica, só que a sobreposição desses espaços em cima dos territórios de ocupação tradicional indígena é bastante complicada. Tem o caso do Parque de Itapuã, por exemplo, onde parte dessa área de preservação se encontra em cima de um território Guarani onde os índios estavam vivendo até a criação do parque. Eu acho que a gente tem que procurar a questão do desenvolvimento sustentável, a harmonização do uso da terra entre as população tradicionais e o meio ambiente" (Rodrigo Venzon, Antropólogo/RS)
O Fórum Permanente Intermunicipal para questões indígenas prepara um grupo de trabalho para apresentar à Funai em Brasília. O objetivo: adiantar, ao menos para o primeiro semestre deste ano, o início do reconhecimento de terras levantadas pelos índios no Estado. Enquanto isso, o povo Mbyá reclama.
"Funai não tem nada que estar se preocupando pra comprar terra, Funai tem que cobrar do Governo Federal, Ministério da Justiça, de que como eles venderam para a população não índio na intenção de cobrar imposto, que o governo pague pra esse proprietário pra devolve pro índio. Que ponto nós chegamos. Nossos antepassados sobreviveram aqui, nós continuamos aqui, chegar a esse ponto do índio comprar terra pra ele. Que história é essa?" (Manoel Lima, Mbyá-Guarani/SP)
E sonham com a terra do Sem-males. Um lugar além do mar em que eles acreditam que não há maldade, fome ou doença.
"Essa terra nós sabemos que existe. Só que é muito difícil chegar. Só sabemos que simplesmente se chega lá. Tem que passar ainda muitos anos pra poder fazer contato com o deus que é sagrado, pra poder alcançar" (Santiago Franco, Mbyá-Guarani/RS)

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Reportagem de Alexandra Fiori, veiculada na Rádio Bandeirantes AM de Porto Alegre no dia 18 de abril de 1998, ganhadora de Menção Especial do XV PRÊMIO DIREITOS HUMANOS DE JORNALISMO NO RIO GRANDE DO SUL em 1998, ano do Cinqüentenário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Fonte:
http://www.areaindigena.hpg.ig.com.br/reportag.htm

segunda-feira, 19 de abril de 2010

A milenar arte de educar dos povos indígenas



Conhecer para respeitar!!

Daniel Munduruku* · Lorena, SP
15/5/2009
Educar é dar sentido. É dar sentido ao nosso estar no mundo. Nossos corpos precisam desse sentido para se realizar plenamente. Mas também nossos corpos são vazios de imagens e elas precisam fazer parte da nossa mente para possamos dar respostas ao que se nos apresenta diuturnamente como desafios da existência. É por isso que não basta dar alimento apenas ao corpo, é preciso também alimentar a alma, o espírito. Sem comida o corpo enfraquece e sem sentido é a alma que se entrega ao vazio da existência.
A educação tradicional entre os povos indígenas se preocupa com esta tríplice necessidade: do corpo, da mente e do espírito. É uma preocupação que entende o corpo como algo prenhe de necessidades para poder se manter vivo.
Esta visão de educação é sustentada pela ideia de que cada ser humano precisa viver intensamente seu momento. A criança indígena é, então, provocada para ser radicalmente criança. Não se pergunta nunca a ela o que pretende ser quando crescer. Ela sabe que nada será se não viver plenamente seu ser infantil. Nada será por que já é. Não precisará esperar crescer para ser alguém. Para ela é apresentado o desafio de viver plenamente seu ser infantil para que depois, quando estiver vivendo outra fase da vida, não se sinta vazia de infância. A ela são oferecidas atividades educativas para que aprenda enquanto brinca e brinque enquanto aprende num processo contínuo que irá fazê-la perceber que tudo faz parte de uma grande teia que se une ao infinito.
Num mesmo movimento ela vai sendo introduzida no universo espiritual. Embalada pelas histórias contadas pelos velhos da aldeia, a criança e o jovem passam a perceber que em seu corpo moram os sentidos da existência. Este sentido é oferecido pela memória ancestral concentrada nos velhos contadores de histórias. São eles que atualizam o passado e o fazem se encontrar com o presente mostrando à comunidade a presença do saber imemorial capaz de dar sentido ao estar no mundo.
Este processo todo é alimentado por rituais que lembram o passado para significar o presente. São movimentos corpóreos embalados por cantos e danças repetidos muitas vezes com o objetivo de “manter o céu suspenso”. A dança lembra a necessidade de sermos gratos aos espíritos criadores; contam que precisamos de sentidos para viver dignamente; ordena a existência. Cada grupo de idade ritualiza a seu modo. Cada um se sente responsável pelo todo, pela unidade, pela continuidade social.
Educar é, portanto, envolver. É revelar. É significar. É mostrar os sentidos da existência. É dar presente. E não acaba quando a pessoa se “forma”. Não existe formatura. Quem vive o presente está sempre em processo.
É por isso que a criança será sempre criança. Plenamente criança. Essa é a garantia de que o jovem será jovem no seu momento. O homem adulto viverá sua fase de vida sem saudades da infância, pois ele a viveu plenamente. O mesmo diga-se dos velhos. O que cada um traz dentro de si é a alegria e as dores que viveram em cada momento. Isso não se apaga de dentro deles, mas é o que os mantém ligados ao agora.
Resumo da ópera: A educação tradicional indígena tem dado certo. As pessoas se sentem completas quando percebem que a completude só é possível num contexto social, coletivo. Cada fase porque passa um indígena – desde a mais tenra idade – alimenta um olhar para o todo, pois o conhecimento que aprendem e vivem é um saber holístico que não se desdobra em mil especialidades, mas compreende o humano como uma unidade integrada a um Todo maior e Único.
Olhar os povos indígenas brasileiros a partir de uma visão rasa de produção, de consumo, de riqueza e pobreza é, no mínimo, esvaziar os sentidos que buscam para si.
Pense nisso.


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*Daniel Munduruku é escritor indígena, com diversos livros publicados para crianças e adultos.
Enviado por Edson Hely Silva - pesquisador da UFRPE

domingo, 18 de abril de 2010

19 DE ABRIL? TODO DIA É DIA DO ÍNDIO!

“Os índios não devem ser tratados
como propriedade do Estado dentro de cujos
limites ficam seus territórios, mas como
Nações Autônomas, com as quais queremos
estabelecer relações de amizade”

Cândido Mariano da Silva Rondon, 1910



Minha singela homenagem ao meu amigo Yamalui - kuikuro do Xingu - MT

Tchucarramãe, kuikuro e caiapó (botocudo)


Meu querido irmão e amigo Marcelo Werá - Guarani de Aracruz - ES

Pataxó (BA), Raoni- caiapó de MT, um shaman do Xingu
















CONHECER PARA RESPEITAR

Aos meus parentes e amigos indígenas, a reafirmação de meu compromisso para com a causa, até que todos os direitos sejam de fato respeitados e assegurados. Aos meus parentes, irmãos e amigos do povo Xukuru do Ororubá, a quem saúdo na pessoa do Cacique Marcos Xukuru, aos amigos Fulni-ô Euraktan, Jacildo, Werle e Zico, aos amigos Potiguara na pessoa de Poran, aos Guarani, aos Ashaninka, aos Kaingang na pessoa da socióloga e amiga Azelene Kaingang, Leonardo Werá, Helvecio Xavante, Fidelis Baniwa, Karkaju Pataxó, Márcio Teihidzatsé, Bu'u Tukano, Graciana Atikum ... enfim, a todos, cujos nomes não menciono mediante meu lapso de memória, mas, que estão em meu coração! Minha singela homenagem e registro carinhoso em virtude do DIA NACIONAL DO ÍNDIO BRASILEIRO.

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Imagens: Google e de meus amigos do orkut.



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