Em Ouricuri, com as explicações do nosso guia, Werle Fulni-ô - estudante de Pedagogia da U.V.A. Ao lado, a Professora Carmem posa com um cocar ao lado das simpáticas crianças fulni-ô.
Dois momentos: A direita, todos ouvindo as explicações do Prof. Fulni-ô Werle, nosso guia durante a visita. Ao lado, fazendo questionamentos sobre a água e outras formas de preservação ambiental.
Neste sábado (23), a turma do IV Período do curso de Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú, alunas da Professora Maria do Carmo, visitaram a cidade de Águas Belas para conhecer a Aldeia Indígena Fulni-ô. A visita iniciou pela aldeia próxima a cidade de Águas Belas, com uma apresentação de 06 crianças Fulni-ô, que cantaram e dançaram algumas das músicas entoadas em seus rituais na língua nativa Yathê.
O povo Fulni-ô soma cerca de 7 mil indivíduos, e todos são bilingues, conversando entre si sempre na língua nativa, e só recorrendo ao português na presença de estranhos.
Além da dança, as alunas puderam conhecer um pouco do artesanato e conversar com o Pajé -líder espiritual do povo e dois professores da aldeia - D. Ivanilda e Werle, também estudante de Pedagogia da U.V.A. A figura do Pajé, um senhor de idade e fala mansa, ficou marcada, pelo zelo que tem pelos costumes e tradições.
Após este momento, a turma se dirigiu a Aldeia de Ouricuri, distante 5 km de Águas Belas, local usado como retiro espiritual do povo Fulni-ô durante 3 meses do ano, nos meses de Setembro, Outubro e Novembro. O calendário escolar é modificado para não interferir com o período do Ouricuri, nem atrapalhar o desempenho dos alunos nas escolas.Como estamos no mês de Janeiro, encontramos a aldeia completamente vazia, exceto pela presença de dois jumentinhos e alguns porcos. Todas as casas (em torno de 600) ficam fechadas durante 09 meses, mas, encontramos vários resíduos, tanto nas ruas apertadas do Ouricuri, onde o povo se reúne em torno do Juazeiro Sagrado (exceto as mulheres, que ficam do lado oposto onde se encontra a árvore tida como sagrada, por ser a única da espécie sem espinho), mas também no acesso a localidade, o que nos fez refletir como a influência da civilização não índia foi aprendida por eles, que consomem refrigerantes, biscoitos recheados, latas diversas e descartam a céu aberto.
Além das alunas da UVA, duas suecas que realizam trabalho sobre meio-ambiente em Gravatá, através de intercâmbio cultural, apadrinhadas pela empresária Mallin (POUSADA ECOLÓGICA SEMPRE VERDE) também participaram da viagem e ficaram chocadas com o lixo encontrado na aldeia.
O belo artesanato Fulni-ô
A atividade contou com o apoio cultural do presidente do PT _ Regis da Banca, do Vereador Pedro Martiniano, Sr. Arnaldo do Cesta Básica , do Vereador Doca da Cavalhada e da Vereadora Ana de Jací.NOTA:
AS CONSTATAÇÕES QUE FIZEMOS ACERCA DA INFLUÊNCIA DA CULTURA NÃO-ÍNDIA COM RELAÇÃO A PRODUÇÃO DE RESÍDUOS, NÃO DIMINUIU NOSSO ENCANTAMENTO PARA COM OS ÍNDIOS FULNI-Ô, QUE SÃO UM EXEMPLO DE GARRA E RESISTÊNCIA, POIS ALÉM DA PRESERVAÇÃO DA LÍNGUA NATIVA, MANTÉM SEUS RITUAIS E CONVIVÊNCIA, TAL QUAL VIVIAM SEUS ANTEPASSADOS.
AS CRIANÇAS FORAM ENCANTADORAS EM SUA APRESENTAÇÃO, E A COMPANHIA DO FUTURO PEDAGOGO WERLE NOS DEIXOU MUITO FELIZES.
NOSSA OBSERVAÇÃO NÃO TEM A INTENÇÃO DE DENEGRIR A IMAGEM DO POVO, APENAS DE ALERTAR PARA A PRESERVAÇÃO DE UMA NATUREZA JÁ TÃO DEVASTADA PELO CAPITALISMO.
4 comentários:
Anônimo, as ideias expressas aqui são o relato das alunas que visitaram a aldeia, e ficaram chocadas com a quantidade de lixo encontrado no local. Temos os índios, nordestinos ou não, como referencia para a preservação do meio ambiente. Dizemos a nossos alunos que, precisamos aprender a respeitar a natureza como os índios fazem. Não temos a intenção de ofender, muito pelo contrário.A impressão que tivemos, realmente não nos deixou felizes, mas ficamos emocionados com a fala do pajé, por exemplo, um homem de sábias palavras. O texto é apenas uma introdução. Os relatos das alunas darão formato a um outro texto, com outras imagens. Respeitamos a opinião de todos.
Parentes, irmãos e amigos.Professora Sunamita.
Agradecendo sempre, peço licença para dar uma opinião aqui, com base em testemunho de vida junto ao universo Indígena.
Cada Etnia , cada Aldeia tem sua particularidade. O que ocorre, creio, é que para evitar "interpretações equivocadas" as ações que envolvem Indígenas e Não indígenas ,Culturas distintas, devem passar por uma prévia elaboração conjunta, para que as pessoas que visitam Aldeias e os Parentes que recebem, tenham total ciência do que tudo isto envolve, dos impactos, dúvidas, discordâncias ou outras interpretações, e haja um compromisso mútuo na ação.
Conhecendo sua pessoa ,sabemos que jamais faria algo que contribuisse para denegrir, ou prejudicar aos Parentes, bem como suas alunas.
Também creio que Tudo em se tratando dos Coletivos Indígenas se trata indo diretamente ao Cacique e ao Conselho da Aldeia e conversando.
Assim, evitam-se pendências ou questões de dupla interpretação.
O que posso dizer aqui, não tendo vivido a situação, é com base no mote de minha vida, onde buscamos esclarecer sempre, e respeitadas as formas de ser pensar e agir, resolver quaisquer"dúvidas".
Isto se faz mostrando-se presente. Os sites, redes, orkuts..etc...se bem usados, nos levarão a uma congregação de forças positivas. O que Não precisamos agora, em um momento bastante delicado para Humanidade e para Todos Nós,Parentes, irmãos, amigos , é confrontar-nos entre nós. Acredito que esta ação junto aos Parentes Fulniô, ao que vi aqui,pode ser desencadeadora de muitos aspectos positivos. Tudo é aprendizado, nada é ERRADO, ao meu ver, quando Coração está determinado á fazer o Melhor e voce, pelo que conheço, sempre primou por auxiliar à Todos os Parentes.
Acredito que os Parentes sabem , e reforço: Conversando , tudo se resolve, ou ao menos boa parte, abrindo caminhos para Novas Ações.
Ficamos ao dispor
Liana Utinguassú
Uma Parente
http://yvykuraxo.ning.com/.
Olá,Sou Jéssica Medeiros e também sou india Fulni-ô,Fico muito feliz pro saber que tem pessoas que adimiram o meu povo, e que apesar das auto-necessidades da tribo tenha pessoas como você preocupam-se no bem esta das pessoas. Obrigada pro gostar do meu povo. E volte para visitar-mos.
Jéssica, querida, fico muito feliz em receber seu comentário e, saiba que tem em mim uma defensora fervorosa dos direitos indígenas. Espero poder retornar em breve a aldeia onde fomos muito bem recebidas. Beijos,
Sunamita Oliveira
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