Em 2009, diversas escolas do município, realizaram algumas obras para adaptar a estrutura dos prédios para receber qualquer criança com deficiência, seja ela física ou mental. Os banheiros receberam portas mais largas, rampas, corrimão, dentre outras exigências feitas pelo governo, cumprindo o que determina a Lei da acessibilidade e inclusão, tudo custeado pelo recurso do PDE (Programa Dinheiro na escola), do Governo Federal.
É claro que considero um avanço, as escolas se prepararem para receber bem o deficiente, que tem direito a educação tanto quanto uma pessoa não deficiente. Posso falar como educadora e, como mãe de uma criança com Síndrome de Down.
Mas, a grande questão é: o prédio adaptado é suficiente para garantir a inclusão dessas crianças na escola? Fiz a pergunta, e tenho a resposta, que trouxe para discutir aqui, especialmente na tentativa de sensibilizar o executivo e poderes afins, bem como a sociedade como um todo, chamando à atenção para a “inclusão excludente”.
Durante todo o ano de 2009, nós, professores do município de Gravatá, recebemos três formações continuadas, somando-se a mais três no ano passado, onde não se falou de crianças com deficiência. Todo trabalho foi feito, único e exclusivamente, para se reverter os baixos índices do IDEB, através da Provinha Brasil, que avalia a qualidade do ensino público no país, e cujo resultado é um somatório de ações, como por exemplo, condições dignas de ensino e aprendizagem, com prédios apropriados para abrigar as crianças, e não acondicioná-las, amontoadas umas sobre as outras, sem ventilação e iluminação adequada, como acontece na maioria das nossas escolas, ainda.
Mas, e quanto as crianças com deficiência, que como meu filho necessitam do auxilio de professores habilitados para ajudá-lo na construção do conhecimento, e no desafio de galgar um degrau por vez, têm duas opções: ou ficam sem estudar, ou, se submetem a cenas, tal qual as que foram protagonizadas por Regina Duarte (A Helena) e sua filha adotiva com Síndrome de Down, na novela Páginas da Vida – a criança vai para a escola, mas, ninguém sabe o que fazer com ela!
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