"Acreditando na magia que existe na educação! Buscando ser a mudança que quero ver no mundo"!
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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

PLATAFORMA PAULO FREIRE


GOVERNO FEDERAL FINANCIA CURSOS DE LICENCIATURA, FORMAÇÃO CONTINUADA E ESPECIALIZAÇÃO PARA PROFESSORES EFETIVOS DA REDE PÚBLICA - INSCRIÇÕES PRORROGADAS


Plataforma Freire

Professor pode se inscrever para capacitação até o dia 8

Quinta-feira, 28 de janeiro de 2010 - 17:27


As pré-inscrições para cursos de formação continuada na Plataforma Paulo Freire foram prorrogadas até 8 de fevereiro. Os professores das escolas públicas podem se candidatar em até três cursos de curta duração e especialização, oferecidos pelo MEC em parceria com universidades, escolas técnicas, estados e municípios. Estão abertas 354.952 vagas, distribuídas em 26 estados.

A Plataforma Freire é um sistema desenvolvido pelo MEC por meio do qual o professor se inscreve em cursos oferecidos pelo Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica, com o objetivo de adequar a sua graduação.

O objetivo é proporcionar uma série de opções de cursos para que os professores se capacitem. Para isso, há cursos na modalidade presencial e a distância, em diversas áreas, como educação em direitos humanos, diversidade, relações étnico-raciais, mediadores de leitura, uso de computador na escola, além de outros cursos em disciplinas básicas como matemática e língua portuguesa. Detalhes da oferta e o número de vagas podem ser consultados na Plataforma Freire.

Podem se inscrever professores que possuem formação específica para o magistério no nível médio (técnico ou normal) e os professores com licenciatura ou pedagogia. Os cursos têm carga horária entre 40 e 300 horas.

Especialização – Os professores ainda podem concorrer a uma das 22.426 vagas para especialização em 24 estados. Para esses casos, é necessário que os professores tenham se graduado em algum curso de licenciatura ou pedagogia. A recomendação é que o docente que já fez sua pré-inscrição em cursos de formação inicial não participe dos cursos de formação continuada com mais de 40 horas ou de especialização. O objetivo é evitar sobreposição e sobrecarga de trabalho dos professores.

Para participar, o professor deve acessar a Plataforma Freire, cadastrar seu currículo, escolher e se inscrever em um curso de formação continuada. A secretaria estadual ou municipal de educação a que o professor pertence analisará e validará a pré-inscrição. Após essa etapa, a secretaria autoriza a participação no curso e comunica à instituição de ensino superior, que matricula o professor no curso, faz a sua formação e o certifica. A validação dessa etapa acontecerá em fevereiro de 2010. A previsão é de que as aulas comecem no primeiro semestre do próximo ano.

Assessoria de Imprensa da Seed
www.portalmec.gov.br

Direitos e Responsabilidades Coletivas: Um Sonho, Uma Utopia?


Por Liana Utinguassú


Caros Parentes, Irmãos e Amigos,

Inicio esta abordagem sempre agradecendo pela oportunidade em compartilhar, pois isto ajuda e muito, em se tratando do que vamos aqui colocar.

Estou participando do Fórum Social em Porto Alegre/RGS e hoje específicamente, escutei algumas falas que quero partilhar.

Pela manhã, falaram lideranças da Colombia, Parente Alberto Anchito Lubiasa da (ONIC), Marcos Terena( Cátedra Indígena Internacional/Memorial dos Povos Indígenas), Membro da Anistia Internacional Irena Khan, Maria Bethânia Avila AMB(Brasil)Kamal Lahbib(Marrocos), Carles Rihera/Ciemem(Catalunha) , Movimento Feminista da India/Tunísa Corinne Kumar.

À Tarde, Senadora Marina Silva e Prof. Sociólogo Boa Ventura dos Santos/Portugal –Universidade de Coimbra, falando sobre como se construir uma hegemonia Política .

Em todas as falas, foi preponderante a Valorização e necessidade de se olhar o Mundo sob a perspectiva do outro , não de forma auto-focada, e sim procurar ver o que o outro pensa, como age, e nisto abordou-se muito a Visão Indígena, como BASE.

Sabemos da complexidade de todos estes assuntos, do Universo Indígena , dos Fóruns e por isto ressaltamos a importância em observar o que NÃO SE QUER, O QUE CONTRIBUI para os Coletivos E O QUE NÃO CONTRIBUI!

Por exemplo: As notícias veiculadas na mídia lançaram uma nuvem negra sobre o Fórum, alegando que “HAVIA FRACASSADO”, pois quero me prender inicialmente por aqui, deixando claro que podemos divergir em alguns aspectos ou pontos de vista, porém jamais atacar “por ATACAR”, isto Não ajuda em NADA.

Ao longo de alguns anos nesta trajetória de vida, sempre buscando focar o “mote” de minha caminhada fundamentada em uma base Espiritual, Ancestral Indígena, e sobretudo em Respeito à Terra e seus filhos, segui e sigo em frente, não sacralizando aqui aos Indígenas tampouco aos Parentes de outras Culturas, mas enfatizando da urgência em se olhar para as Nações Indígenas com RESPEITO e como Parceiras em Ensinamentos Científicos ,astro-físicos,Físicos, metafísicos,na tão falada economia solidária, no Desenvolvimento Sustentável e tudo que diz respeito à Vida, preservação ambiental, ecologia..

Sobre a palavra DESENVOLVIMENTO, como bem citou o Prof. Boa Ventura, esta palavra deveria ganhar Moratória e passarmos a OLHAR e SENTIR o mundo sob outro ponto de vista que não seja o DESENVOLVIMENTO E SIM, ENVOLVIMENTO. Esta complementação fazemos aqui.

Se nos eximirmos em estar presentes nestes processos, seja no Fórum, seja onde seja, para tratar dos interesses de todos Nós, e ficarmos em uma zona de conforto, apenas atacando e apontando erros daqui e dali, COM CERTEZA, não estaremos contribuindo com os Coletivos sejam Indígenas, seja coletivo Social entre Culturas e Tradições Originárias..estaremos apenas enfraquecendo ações em co-autoria, estaremos AUSENTES e serão confrontos por confrontos, choques e mais choques e nisto, não há um alimento ao BOM COMBATE e sim, apenas FERIR POR FERIR, e as Lutas tão faladas , citadas igualmente no no Fórum, passam a ser LUTAS NÃO PACÍFICAS e veremos o Verdadeiro “CAOS”, porque os SINAIS estão sendo dados sob vários aspectos na Natureza, há muito tempo!!

Mas, então, o que ‘Nós” entendemos sobre DIREITOS, RESPONSABILIDADES COLETIVAS? O que entendemos sobre Luta, o que entendemos sobre Irmandade Fraternidade ,Justiça, Nos damos ao menos bom dia, quando nos encontramos? Estamos de verdade focados em UNIÃO?Ou estamos uns mal-dizendo aos outros? Não há mais TEMPO para jogos de aparências e estratégias de faz de conta!

A Senadora Marina Silva, em quase toda sua fala, citou as Nações Indígenas e Valorizou à Todas as culturas e Tradições , e Nós questionamos o que estaria ‘Faltando” para haver uma UNIÃO entre a Tecnologia na atualidade e Sabedoria Ancestral, entre A Sociedade dita Contemporânea, e as Tradições originárias?

Acreditamos que este movimento seja COLETIVO E EM CO-AUTORIA,o que NÃO tem ocorrido, pois no que tange às Nações Indígenas, tem havido uma perseguição Secular, Caça Cruel, Genocídio, extermínio declarado , sabemos.

Não precisamos citar as inúmeras ocorrências e fatos ao longo dos Séculos. Atualmente a situação se agrava, então Não podemos esperar e com certeza Não estamos, pois uma das peças para que esta engrenagem ande, é ESTARMOS PRESENTES E DISPOSTOS, e ainda se vê muito à prosseguir nesta Jornada..Fica um pedido de reflexão neste sentido.

Ao sair do Fórum, vim caminhando e pensando, o que me agrada muito: Olhar para tudo que vi, ouvi, e os resultados..(?) – creio que estamos em RE-CONTRUÇÃO-RE-TOMADA, RE-COMEÇANDO um Novo tempo, em terceiro elemento irá nascer desta caminhada ,porém NÃO SEM SONHARMOS JUNTOS, para que aconteça o Melhor.

Acabei encontrando um Parente Indígena que nunca havia conversado mais de perto..Uma liderança daqui do Sul, Kaingangue. Relatei algumas questões e ficamos por duas horas compartilhando o que havia sido debatido no Fórum e nos permitimos relatar com coração, o que sentimos. Não vou particularizar aqui, mas farei uma breve observação: “Não precisamos provar Nada”, se tivermos que Provar, é porque não temos clareza da situação.

Dizem que A VIDA é uma via de mão dupla, e acredito, pois Não s e pode ter apenas uma verdade dos fatos, não se pode apenas acusar, pois somos Todos Responsáveis em algum momento, pelo que está aí. “Também refletimos aquilo que pensamos, sentimos e fazemos, bem disse Senadora Marina”, com outras palavras, mas neste sentido. Tudo parte do pequeno para maior..assim, para que entendamos o outro, Também devemos entender o que se passa DENTRO da gente e o que estamos Nutrindo entre Nós..aí sim, poderemos aceitar e NÃO APENAS “ TOLERAR” o que vem do outro, mas ENTENDEREMOS onde os processos Travam, acredito que sim.

Dentro desta linha, sentimos que poderemos gerar não apenas UM CONHECIMENTO de diversas situações neste cenário Brasileiro, das Américas e porque não dizer, do Mundo, e poderemos Trilhar caminhos sem sermos taxados de “loucos, Selvagens, utópicos, preguiçosos, Violentos..ou o que mais surja em adjetivos pejorativos e desagregadores, passaremos a SER..APENAS..SERMOS NÓS MESMOS e quando se “É”, sem querer tornar-se ou obter “Reconhecimentos”, simplificamos e o Rio poderá fluir, SE ESTIVER LIMPO.

Esta “Limpeza” passa primeiramente por Nós mesmos.

Mostrar-se presente para isto, É não um ATO SIMPLES, mas a Entrega, sem Pretensas “Verdades”. Aqui, compartilhamos “pontos d e vista”, relatamos impressões, Mas , buscamos CONJUNTAMENTE promover UM NOVO AMANHECER às gerações que estiveram, estão e estarão. Somos SIM, responsáveis porque ainda virá. MAIS QUE RESPONSÁVEIS.


Aguyjevete

Liana Utinguassú

http://yvykuraxo.ning.com/



quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

COM A BOCA NO TROMBONE!!!!

VEREADOR PEDRO MARTINIANO (PRB) DE GRAVATÁ, IRÁ A RÁDIO DE BEZERROS REALIZAR ESCLARECIMENTOS À POPULAÇÃO EM GERAL

Amanhã pela manhã, o vereador Pedro Martiniano dará uma entrevista na rádio FM da cidade dos Bezerros. Ele afirma que tem muita coisa para esclarecer, de interesse de toda população.
Nos últimos dias, as reuniões da Câmara Municipal de Vereadores tem tido debates bastante acirrados, com os questionamentos e proposições realizadas pelos vereadores da oposição.
O Vereador Fernando Resende, por exemplo, entrou com uma ação no Ministério Público para apurar QUANTOS PRÉDIOS ESTÃO ALUGADOS a Prefeitura e por quanto.
Já tratamos deste assunto neste blog, e esperamos de fato, que haja transparência no governo municipal, nem que seja por livre e espontânea pressão!!!!

CULTURA INDÍGENA: IMPASSE COM REESTRUTURAÇÃO DA FUNAI




EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA REPUBLICA
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA



Senhor Presidente,

Os servidores da FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO, da extinta Administração Executiva Regional de Recife, presentes na assembléia realizada no dia 26.01.2010, deliberaram por unanimidade, pelo encaminhamento a Vossa Excelência, deste documento clamando pela revogação do Decreto nº 7056, de 28.12.09, que determina a extinção da representação regional da FUNAI no estado de Pernambuco e a extinção dos sete Postos Indígenas, representando a FUNAI dentro das áreas indígenas e localizados nos municípios de Pesqueira, Buíque, Ibimirim, Carnaubeira da Penha, Cabrobó, Petrolandia e Águas Belas, que garantiam o atendimento as 11 etnias do estado, somando um total de 40.000 índios. (Quarta população indígena do País).
A publicação do referido Decreto, causou um enorme impacto negativo junto a população indígena e servidores deste estado, pela forma unilateral com que foi deliberada e imposta mudanças extremas na estrutura política, administrativa e assistencial de atenção aos povos indígenas. Preocupa-nos, sobremaneira, a subtração da presença do estado, na figura da FUNAI, nas áreas indígenas, pela importância do seu papel na mediação de conflitos, na segurança da garantia das políticas públicas para os índios, bem como garantir o direito dos índios estabelecidos na legislação do país.
Nós servidores acreditamos que se trata de um enorme equivoco político do governo, em razão da relevância do Decreto para o nosso destino e principalmente para os povos indígenas, sem que tenha sido assegurado aos índios e servidores o amplo direito de discussão e decisão sobre o tema.
Destacamos que o referido Decreto se contrapõe a Convenção 169, da OIT, na qual o governo brasileiro é signatário, não estranhando as inúmeras manifestações legítimas, publicadas na imprensa, em diversas regiões do País, contra a extinção de 22 Administrações Regionais , 370 Postos Indígenas e 09 núcleos.
A reestruturação da FUNAI é uma reivindicação antiga de vários segmentos da sociedade, inclusive das entidades representativas dos servidores, das Organizações Indígenas, mas com uma transparência e participação dos segmentos envolvidos no processo (índios e servidores).
Diante do acima exposto, solicitamos a Vossa Excelência o imediato restabelecimento da Administração Executiva Regional de Recife, inclusive como Unidade Gestora, para atender as demandas das populações indígenas do nosso estado, bem como abertura de um processo de construção coletiva de uma proposta viável de reestruturação da FUNAI, atendendo assim os anseios de todas as partes envolvidas.

RECIFE, 26 DE JANEIRO DE 2010.

SERVIDORES DA FUNAI EM PERNAMBUCO


Fonte:

www.merciogomes.blogspot.com

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Educação – Ano Letivo 2010 tem início na segunda 01 de fevereiro

Em comemoração ao início do ano letivo 2010 a Secretaria de Educação de Gravatá realiza na próxima segunda-feira (01/02) em parceria com a Editora Moderna, a Abertura do Ano Letivo 2010 com a participação do palestrante Dr. Luiz Shettini que irá abordar o tema “A preparação psicológica do professor para o seu desempenho profissional”. O evento acontece a partir das 8 da manhã na Escola Professor Antônio Farias.

Informações do site da Prefeitura: www.prefeituradegravata.com.br

Nota:

Pelo jeito, vamos precisar mesmo de apoio psicológico para lidar com os despautérios cometidos pela administração pública. Além de retornarmos para salas de aula apertadas, superlotadas, também teremos um trabalho imenso para ensinar as crianças que se escreve: CENTRO DE INFORMAÇÕES TURÍSTICAS, no PLURAL, uma vez que se refere ao verbo informar, que está no plural, e NÃO "Centro de Informações TURÍSTICA", como foi colocado na placa instalada pela prefeitura. Para estar no singular a palavra "Turística", haveria de ficar em concordância com a palavra "Informações - no singular: Informação, daí, ficaria: CENTRO DE INFORMAÇÃO TURÍSTICA".
COPIOU??
Outra: A conhecida Praça do Sapo se chama AARÃO LINS DE ANDRADE, em homenagem ao ex-prefeito de Gravatá, e NÃO "Arão" como aparece na placa.
Pelo jeito, além das crianças, tem mais gente precisando ser alfabetizado na cidade! Quem manda trocar Língua Portuguesa por NOÇÕES DE TURISMO!!
Nota 2:
Na viagem que realizei dia 23 coma turma do IV Período da U.V.A para a Aldeia Fulni-ô, tivemos a companhia de duas jovens suecas. São de fato turistas em nossa cidade, no entanto, quase não comunicamos com elas, porque não falamos nenhuma das línguas que elas dominam: INGLÊS, FRANCÊS, ESPANHOL E SUECO!!!

Será que elas estudaram por aqui????





sábado, 23 de janeiro de 2010

ALUNAS DO CURSO DE PEDAGOGIA da U.V.A EM GRAVATÁ CONHECEM CULTURA FULNI-Ô

Em Ouricuri, com as explicações do nosso guia, Werle Fulni-ô - estudante de Pedagogia da U.V.A. Ao lado, a Professora Carmem posa com um cocar ao lado das simpáticas crianças fulni-ô.


Na casa do Pajé - sabedoria. Ao lado, as crianças que realizaram apresentação de dança e cantos.




Dois momento
s: A direita, todos ouvindo as explicações do Prof. Fulni-ô Werle, nosso guia durante a visita. Ao lado, fazendo questionamentos sobre a água e outras formas de preservação ambiental.


A direita, o Juazeiro Sagrado. A professora Carmem com duas jovens suecas que nos acompanharam.



Neste sábado (23), a turma do IV Período do curso de Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú, alunas da Professora Maria do Carmo, visitaram a cidade de Águas Belas para conhecer a Aldeia Indígena Fulni-ô. A visita iniciou pela aldeia próxima a cidade de Águas Belas, com uma apresentação de 06 crianças Fulni-ô, que cantaram e dançaram algumas das músicas entoadas em seus rituais na língua nativa Yathê.
O povo Fulni-ô soma cerca de 7 mil indivíduos, e todos são bilingues, conversando entre si sempre na língua nativa, e só recorrendo ao português na presença de estranhos.
Além da dança, as alunas puderam conhecer um pouco do artesanato e conversar com o Pajé -líder espiritual do povo e dois professores da aldeia - D. Ivanilda e Werle, também estudante de Pedagogia da U.V.A. A figura do Pajé, um senhor de idade e fala mansa, ficou marcada, pelo zelo que tem pelos costumes e tradições.
Após este momento, a turma se dirigiu a Aldeia de Ouricuri, distante 5 km de Águas Belas, local usado como retiro espiritual do povo Fulni-ô durante 3 meses do ano, nos meses de Setembro, Outubro e Novembro. O calendário escolar é modificado para não interferir com o período do Ouricuri, nem atrapalhar o desempenho dos alunos nas escolas.
Como estamos no mês de Janeiro, encontramos a aldeia completamente vazia, exceto pela presença de dois jumentinhos e alguns porcos. Todas as casas (em torno de 600) ficam fechadas durante 09 meses, mas, encontramos vários resíduos, tanto nas ruas apertadas do Ouricuri, onde o povo se reúne em torno do Juazeiro Sagrado (exceto as mulheres, que ficam do lado oposto onde se encontra a árvore tida como sagrada, por ser a única da espécie sem espinho), mas também no acesso a localidade, o que nos fez refletir como a influência da civilização não índia foi aprendida por eles, que consomem refrigerantes, biscoitos recheados, latas diversas e descartam a céu aberto.
Além das alunas da UVA, duas suecas que realizam trabalho sobre meio-ambiente em Gravatá, através de intercâmbio cultural, apadrinhadas pela empresária Mallin (POUSADA ECOLÓGICA SEMPRE VERDE) também participaram da viagem e ficaram chocadas com o lixo encontrado na aldeia.


Eu, a Professora Carmem e as crianças fulni-ô



A Professora Carmem com o índio fulni-ô Werle - futuro pedagogo


A cidade que só é povoada durante 3 meses no ano - Ouricuri

O belo artesanato Fulni-ô


A atividade contou com o apoio cultural do presidente do PT _ Regis da Banca, do Vereador Pedro Martiniano, Sr. Arnaldo do Cesta Básica , do Vereador Doca da Cavalhada e da Vereadora Ana de Jací.


NOTA:

AS CONSTATAÇÕES QUE FIZEMOS ACERCA DA INFLUÊNCIA DA CULTURA NÃO-ÍNDIA COM RELAÇÃO A PRODUÇÃO DE RESÍDUOS, NÃO DIMINUIU NOSSO ENCANTAMENTO PARA COM OS ÍNDIOS FULNI-Ô, QUE SÃO UM EXEMPLO DE GARRA E RESISTÊNCIA, POIS ALÉM DA PRESERVAÇÃO DA LÍNGUA NATIVA, MANTÉM SEUS RITUAIS E CONVIVÊNCIA, TAL QUAL VIVIAM SEUS ANTEPASSADOS.
AS CRIANÇAS FORAM ENCANTADORAS EM SUA APRESENTAÇÃO, E A COMPANHIA DO FUTURO PEDAGOGO WERLE NOS DEIXOU MUITO FELIZES.
NOSSA OBSERVAÇÃO NÃO TEM A INTENÇÃO DE DENEGRIR A IMAGEM DO POVO, APENAS DE ALERTAR PARA A PRESERVAÇÃO DE UMA NATUREZA JÁ TÃO DEVASTADA PELO CAPITALISMO.


sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

ALUNOS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ VISITAM ALDEIA FULNI-Ô


Índios Fulni-ô (Imagem: google)


Aldeia em Águas Belas - Tribo Fulni-ô


A disciplina EDUCAÇÃO INDÍGENA instituída pela Universidade Estadual Vale do Acaraú, irá promover um intercâmbio cultural com as alunas do IV Período, através de uma aula de campo em Águas Belas, na Tribo Indígena Fulni-ô. A disciplina é lecionada pela professora Maria do Carmo, mestranda do curso de História pela UFRPE.
O ensino acerca da Cultura Indígena tornou-se obrigatório a partir da implementação da Lei Federal 11.645/08, que ratifica a Lei 11.639, onde se abordava a Cultura Afro-brasileira.


Após 500 anos de distorções, a educação indígena começa a ganhar forma própria

Numericamente eles são poucos. Somam 300 mil pessoas, 0,2% da população nacional. Culturalmente, porém, os índios têm uma enorme riqueza. São cerca de 180 línguas faladas por 218 povos espalhados por quase todos os estados (as únicas exceções são Piauí e Rio Grande do Norte). Cada uma das comunidades é dona de um universo social próprio. A variedade passa pela maneira de pensar — sobre a vida, a morte e o tempo —, pelo modo de organização política e econômica e também pelas experiências históricas de contato com a civilização branca. "Não há uma comunidade indígena padrão. Por isso, devemos pensar na educação desses povos como algo flexível, democrático e que leve em consideração a língua, a vontade e a realidade das comunidades", explica Betty Mindlin, doutora em Antropologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Historicamente, as escolas de aldeias sempre estiveram empenhadas em integrar as populações indígenas à sociedade branca. "Havia uma crença equivocada de que os índios constituíam uma categoria étnica transitória e fadada à extinção", explica Kleber Gesteira, coordenador de Educação Indígena do Ministério da Educação. Sob a influência desse pensamento, os professores que atuavam nessas unidades eram treinados para alfabetizar em português. "As línguas indígenas, quando consideradas, serviam apenas para traduzir e facilitar a transmissão de conteúdos valorizados pela cultura européia", explica. Não é preciso muito esforço para imaginar que esse modelo contribuiu para o enfraquecimento e o desaparecimento de vários idiomas.

Tempo de conquistas

Por volta de 1975 esse contexto começou a mudar, com a mobilização de setores da sociedade nacional e internacional dispostos a colaborar com os povos indígenas. "O movimento ganhou força e integrou o amplo processo de reorganização da sociedade civil", lembra-se Nietta Lindemberg, educadora integrante da Comissão Pró-Índio do Acre. Com isso, vários povos, superando a herança de dominação e de perda de contingentes populacionais, passaram a se organizar para enfrentar as ações integracionistas. "Começamos a dar um novo significado ao processo educativo, colocando a escola como espaço capaz de assegurar o acesso a conhecimentos gerais sem negar as especificidades culturais e a identidade dos grupos", complementa Nietta.

O esforço foi coroado pela Constituição de 1988 (que deu às populações indígenas o direito de manter-se como tal e, ao mesmo tempo, ter educação escolar diferenciada, intercultural e bilíngüe); pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que obriga os sistemas de ensino a desenvolver programas específicos e material didático diferenciado; e, mais recentemente, com o Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas.

Graças a isso, começaram a surgir experiências mais estruturadas de reformulação pedagógica e de resgate das tradições. Uma delas tem lugar na Escola Joaquim Souto Maior, no território da Taba Lascada, no município de Cantá, em Roraima. Usando um dicionário na língua wapichana, os 12 professores da unidade produziram materiais didáticos próprios. "Queremos avançar sem esquecer nossas origens", diz o diretor, Severino da Silva.

Formação de professores

A oferta dessa modalidade de ensino, porém, depende primordialmente de um fator: a formação de professores indígenas. E esse é o principal desafio hoje. De acordo com o Censo Escolar Indígena, realizado em 1999, dos 4 mil professores que atuam em aldeias — a maioria do sexo masculino —, apenas 17% têm o Magistério Indígena e só 1,5% completaram algum curso superior. "Precisamos de educadores capazes de combinar dois mundos distintos, por vezes opostos, para garantir o direito à pluralidade cultural, combater o racismo e o preconceito e fundar uma cidadania verdadeira", complementa Betty.

A primeira experiência de formação em nível superior na região Norte — área que abriga mais de 60% da população indígena — teve início este ano pela Universidade Federal de Roraima. Ao todo, são 60 professores índios que passaram num vestibular adaptado e estão matriculados na Licenciatura Intercultural, curso semipresencial e transdisciplinar formatado com os conhecimentos acumulados pelas organizações indígenas. Em cinco anos, eles sairão aptos a lecionar em qualquer série da Educação Básica, especializados nas próprias línguas maternas e prontos para reestruturar suas escolas, que ainda funcionam pela lógica "branca". "É preciso criar disciplinas e maneiras de ensinar, respeitando o modo ancestral de transmitir conhecimentos, que é o de não compartimentar o saber", explica o coordenador pedagógico Fábio Carvalho.

Foto: Daniel Aratangy
Foto: Daniel Aratangy

"Antes a gente lutava com espíritos e bichos. Eu continuo guerreiro, só que minha arma é a educação. Luto pela sobrevivência da cultura do meu povo"



Wy’ywyzu, ou Severino da Silva, professor wapichana da Escola Estadual Joaquim Souto Maior, de Cantá (RR)

Os números da educação indígena
4 mil
professores
1 392 escolas
115 174 matrículas na Educação Básica
Fonte: Inep

Quer saber mais?

Shenipabu Miyui: História dos Antigos, autoria coletiva da Organização dos Professores Indígenas do Acre, 168 págs., Ed. da Universidade Federal de Minas Gerais, tel. (0_ _31) 3499-4650, 27 reais

A Temática Indígena na Escola: Novos Subsídios para Professores de 1º e 2.º Graus, Aracy da Silva e Luís Grupioni, 575 págs., Edusp, tel. (0_ _11) 3091-4006, 65 reais

Exclusivo on-line
Veja a íntegra do projeto pedagógico do curso de Licenciatura Intercultural da Universidade Federal de Roraima



Fonte: www.revistaescola.abril.com.br

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

VOLTA AS AULAS: Todas as leituras!

Ler não é fácil. Mas estudos mostram que é possível explorar na escola os diferentes tipos de texto que usamos no dia-a-dia. Conheça as melhores estratégias para ensinar as turmas de 1ª a 8ª série a ler por prazer, para estudar e para se informar

Diversidade: com sua mala de leitura, a bibliotecária Lucila (à esq.), de Belo Horizonte, apresenta jornais, livros, revistas e muito mais. Montagem: Alexandre Camanho/Foto: Pedro Motta
Diversidade: com sua mala de leitura,
a bibliotecária Lucila (à esq.), de Belo
Horizonte, apresenta jornais, livros, revistas
e muito mais. Montagem: Alexandre Camanho
/Foto: Pedro Motta


Todos os dias, Lucila Braga Ribeiro prepara uma grande mala. Pensando em seus companheiros de "viagem", escolhe os melhores "passaportes": livros de ação, de terror, romances, contos de fadas, revistas, jornais, fascículos, dicionários... Mal chega à biblioteca da EE Professor Batista Santiago, em Belo Horizonte, ela é logo cercada pelas crianças, eufóricas para conhecer os novos "destinos". Todos se oferecem para ajudar a carregar a preciosa carga, já desgastada após tantas aventuras. "Quando olhamos o material, é aquele alvoroço", festeja a bibliotecária. Muitas vezes, o percurso começa com uma leitura em voz alta. Em seguida, quem quiser pode pegar outros livros de literatura e dar seqüência ao "passeio" em grupo ou sozinho. Mas há outras paradas previstas. Lucila também estuda com os "viajantes" e, nessa situação, todos navegam em silêncio e fazem anotações e esquemas para compreender trechos de enciclopédias e fascículos.

Com sua mala, Lucila proporciona à turma exatamente o que os especialistas recomendam: trabalhar não apenas "leitura", mas todas as leituras que se apresentam no nosso dia-a-dia. Que leituras? Textos para buscar informações práticas, satisfazer curiosidades, informar-se sobre o que acontece no mundo, divertir-se, aprender, relacionar-se com as pessoas, fazer amigos. Com um detalhe muito importante: ela utiliza estratégias e comportamentos diferentes para cada uma dessas atividades. Afinal, ninguém lê uma notícia de jornal da mesma maneira que mergulha num romance.

Ler, todo mundo sabe, está longe de ser uma tarefa fácil. Dá muito mais trabalho do que ver televisão, ouvir música ou pensar na vida. Qualquer leitura exige o domínio da língua e suas nuances, além de tempo e concentração, determinação e conhecimento sobre o tema (ou vontade para aprender e descobrir). Mas ler é o único jeito de se comunicar de igual para igual com o restante da humanidade, seja no tempo por meio de textos escritos por gente que já morreu, como Jean Piaget ou William Shakespeare , seja no espaço ao ver, em jornais, livros e revistas, o que japoneses ou alemães acham de eventos que estão ocorrendo neste exato momento. É nos escritos que desvendamos outras culturas, que hábitos e histórias diferentes se revelam para nós, que compreendemos, de fato, o sentido da expressão diversidade (de idéias, vivências, sonhos, experiências).

É por isso que ler é talvez a coisa mais importante que a escola tem a ensinar e não só aos alunos. Infelizmente, porém, muitos professores brasileiros não sabem como "embarcar" nessa expedição (leia o quadro abaixo). "A maior parte das escolas só trabalha com textos didáticos e literários e muitas vezes de maneira burocrática, sem sentido para os alunos", afirma a pedagoga argentina Delia Lerner, uma das maiores autoridades no tema.

Mas nem todos são assim. Ao contrário, ensinam corretamente. Nesta reportagem, você vai conhecer experiências reais de professores que desenvolveram (e utilizam) estratégias e procedimentos de leitura eficientes para ensinar a seus alunos três comportamentos distintos: ler por prazer, para estudar e para se informar. Aperte o cinto e vire a página, pois a viagem já vai começar.

Dos brasileiros de 15 a 64 anos...

61% têm muito pouco ou nenhum contato com os livros

47% possuem no máximo dez livros em casa

30% localizam informações simples em uma frase

37% localizam informação em texto curto

25% estabelecem relações entre textos longos

Quantos livros uma pessoa lê por ano...

França 7

Estados Unidos 5,1

Itália 5

Inglaterra 4,9

Brasil 1,8

Fonte: Câmara Brasileira do Livro, Instituto da Biblioteca Nacional, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Ministério da Educação

Quer saber mais?

Contatos

Colégio Pentágono, R. Nelson Gama de Oliveira, 1244, São Paulo, 05734-150, tel. (11) 3747-6277

EE José Lobo, R. dos Missionários, s/no, Goiânia, 74430-360, tel. (62) 3271-6159

EE Paulo Tapajós, Rod. Mogi-Bertioga, km 28, Mogi das Cruzes, SP, 08770-000, tel. (11) 4792-1467

EE Professor Batista Santiago, R. Cléber Soares de Andrade, 330, Belo Horizonte, 31525-390, tel. (31) 3452-3061

EMEF João Grendene, R. Delmo Kerber, 248, Farroupilha, RS, 95180-000, tel. (54) 3268-6063

Unidade Integrada Professor Carlos Saads, R. da Feira, 788, São Luís, 65073-271, tel. (98) 3273-0765

BIBLIOGRAFIA

Ensino de Literatura, William Roberto Cereja, 208 págs., Ed. Atual, tel. (11) 3613-3000 , 29 reais

A Leitura, Felipe Alliende e Mabel Condemarín, 215 págs., Ed. Artmed, tel. (51) 3027-7000 , 39 reais

O Livro e a Leitura no Brasil, Alessandra El Far, 76 págs., Ed. Jorge Zahar, tel. (21) 2108-0808 , 22 reais

Ler e Escrever na Escola, Delia Lerner, 120 págs., Ed. Artmed, 32 reais

INTERNET

No site www.escolaquevale.org.br, você encontra mais informações sobre a seqüência didática realizada na escola Carlos Saads

Ler por prazer

Existe coisa mais divertida do que ler para crianças? Magia, fantasia e imaginação são apenas alguns dos elementos presentes nesses momentos, muitas vezes inesquecíveis. Por que, então, as escolas formam tão poucos leitores e o gosto pelos livros ainda é (quase) uma raridade em nosso país? Todos os estudos apontam que o vilão da história é sempre o mesmo: misturar a literatura com atividades didáticas. "Com razão, os estudantes não gostam quando precisam fazer resumos ou preencher fichas após a leitura de um romance ou um conto", diz o professor William Cereja, autor de uma pesquisa sobre o tema. Afinal, se o negócio é ler por prazer, não há sentido em exigir tarefas que não têm nenhuma relação com isso. O correto é apenas trocar idéias e privilegiar a construção de sentido dos textos, estabelecendo relações com a realidade dos alunos e com diversas artes.

Em outras palavras, nas aulas de Literatura só deveria haver espaço para textos literários. Pode parecer óbvio, mas não é o que se vê por aí. Muitos professores organizam o currículo com base na ordem cronológica e histórica dos movimentos literários. "Discutem os problemas e conflitos sociais presentes em determinadas obras. Debatem a biografia dos autores, mas lêem muito pouco", afirma Maria José Nóbrega, consultora e professora da Universidade de São Paulo.

Com os pequenos, fantasia

Eduardo de Campos, regente de turmas de 2ª série da EE Paulo Tapajós, em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, investe em brincadeiras com leitura em voz alta. Quando entrou na sala com A Bruxinha Que Era Boa, de Maria Clara Machado, levou uma vaia. "O quê? Olha o tamanho desse livro, professor..." Mas ele sabia o que estava fazendo. A idéia é justamente mostrar que um livro grosso não é necessariamente chato e que todos são capazes de ler e, principalmente, de gostar. "Que desafio", lembra. "Já imaginou se não consigo? Nunca mais essa garotada chegaria perto de uma obra grande."

Para dar conta do recado, foi preciso muito planejamento (como na maioria das situações didáticas). Eduardo leu o texto várias vezes em casa, elegendo os trechos em que faria paradas para promover suas intervenções. Para cada etapa, programou diferentes situações: leitura em voz alta pelos alunos e pelo professor e leitura individual silenciosa. Antes de iniciar a atividade, ele cumpriu o passo mais importante: levantar as referências que os alunos já tinham sobre o assunto (no caso, bruxas). Nos dias seguintes, novas situações exigiram que os estudantes relacionassem as próprias experiências com a obra (entre outras coisas, todos prepararam "poções mágicas" com as ervas aromáticas que cultivam em casa, exatamente como ocorre com as bruxas no livro). Cada capítulo foi explorado em clima de brincadeira, enquanto o professor verificava continuamente se as crianças estavam entendendo o espírito da história. Assim, quase sem perceber, o livro grande chegou ao fim.

Com os maiores, curiosidade

Há cerca de 20 anos, vem se difundindo o ensino da Literatura pelo estudo dos diferentes gêneros. Hoje, outros caminhos são mais explorados, como criar seqüências de leitura para conhecer o universo de um autor, diferentes versões de uma mesma obra ou explorar uma temática literária. É isso que Érica Meyer faz com os estudantes da 8ª série na EE José Lobo, em Goiânia. O tema brinquedo foi a estratégia que ela criou para fazer a turma ler um romance. E não era um romance qualquer, mas Sagarana, de João Guimarães Rosa. Para alcançar essa meta ambiciosa, Érica preparou muito bem o terreno. A "brincadeira" começou com os textos e as músicas de Vinicius de Moraes para A Arca de Noé. O poema Ou Isto ou Aquilo, de Cecília Meireles, foi a segunda obra lida. Então, Érica apresentou o poeta Jorge de Lima e seu O Mundo do Menino Impossível.

Quando chegou a Guimarães Rosa, os adolescentes já estavam tinindo e queriam dar continuidade à discussão sobre as imagens presentes em obras literárias. As 60 páginas do conto São Marcos (que é parte do romance) foram lidas pela professora em cinco aulas. "Não só consegui manter o interesse de todos como o melhor presente foi encontrá-los lendo Rosa fora da sala de aula", conta. Ponto para ela. O principal objetivo de qualquer atividade ou projeto de leitura por prazer é justamente desenvolver esse comportamento leitor: fazer com que os estudantes se tornem leitores autônomos e busquem novos livros, só pela curtição de viajar em suas páginas.

Projetos e atividades de leitura por prazer devem...

• Ser um convite à imaginação.

• Desenvolver a escuta atenta.

• Prever situações de leitura em voz alta pelo professor e pelos alunos.

• Ter como foco a leitura de textos literários.

• Quando for pertinente, envolver outras linguagens, como música, pintura e cinema.

• No caso de livros longos, promover a leitura do texto em capítulos (ou partes), interrompida por desafios para os alunos.

• Propor a leitura individual para estimular preferências e formar leitores autônomos.

Ler para estudar

De todos os comportamentos leitores, o de ler para estudar é certamente o mais cobrado pelos professores desde os primeiros anos do Ensino Fundamental ainda que muitos não saibam como ensiná-lo a seus alunos. Sem dúvida, aprender a ler textos informativos, artigos científicos, ensaios e livros didáticos (e paradidáticos) é uma habilidade fundamental para toda a vida, dentro e fora da escola. O jovem que, ao final da 8ª série, não consegue compreender corretamente essas informações acaba se convencendo de que "é ruim da cabeça mesmo" e, muitas vezes, desiste definitivamente dos estudos.

Orientar a leitura desses textos é mais difícil, entre outras coisas, porque o próprio material de estudo é pouco atraente: muitas letras, poucas ilustrações, um conjunto de idéias que precisam fazer sentido (e elas quase sempre são novas para o leitor). O ritmo de trabalho é, necessariamente, mais lento, para alcançar o objetivo de localizar informações sobre um assunto específico e reler trechos difíceis. Entender isso é essencial para criar situações didáticas coerentes com a realidade. Aqui, sim, faz todo sentido pedir resumos, esquemas e sínteses para facilitar o entendimento. O foco não deve ser apenas a avaliação, mas principalmente o registro, pois, ao escrever e esquematizar, a gente precisa reelaborar o que foi lido. E isso é estudar.

Investigação em grupo

O desafio tem início na 2ª série, quando as crianças estabelecem os primeiros contatos com livros de Matemática, Ciências, Língua Portuguesa... "O que você entendeu desse texto?" Essa é a pergunta que Adriana Correia Lima mais faz em suas aulas de História na Unidade Integrada Professor Carlos Saads, em São Luís. O tom nunca é inquisitório, mas investigativo. A descoberta do significado das palavras se dá o tempo todo na forma de dúvidas e respostas, que vão muito além do caderno. Todos aprendem mais quando dividem idéias e constroem o conhecimento em grupo. Foi assim que as turmas de 4ª série trabalharam o tema descobrimento do Brasil. Confira aqui, passo a passo, como Adriana conduziu esse processo, sob orientação do programa Escola que Vale, da Fundação Vale do Rio Doce.

O primeiro passo foi uma boa pesquisa. A professora gastou tempo na biblioteca selecionando diferentes textos sobre o assunto e organizou uma lista com diversos títulos, entre enciclopédias e livros didáticos e paradidáticos sobre as grandes navegações e outros temas correlatos.

O segundo foi fazer o diagnóstico dos conhecimentos prévios da garotada: "Alguém faz idéia de quem foi Pedro Álvares Cabral? Quem conhece o ponto de vista dos povos indígenas sobre o descobrimento?" Na mesma aula, todos leram o primeiro texto com a professora. O ideal é que ele tenha poucas informações, para permitir que a garotada se familiarize com o assunto. Uma dica é apresentá-lo numa cartolina, no retroprojetor ou no power point. Assim, todos acompanham juntos e descobrem o comportamento leitor previsto para essa situação. A leitura compartilhada é um importante momento. Adriana conduzia o ritmo e convidava os estudantes a lerem em voz alta instigando o aprofundamento do estudo com perguntas. Aqui é possível relacionar o assunto com outras linguagens, como a exibição de um filme ou a análise de uma pintura.

A terceira etapa é quando você, professor, deve sair de cena. Se o objetivo é formar leitores autônomos, capazes de estudar sozinhos, é fundamental que os alunos compartilhem a leitura e se ajudem nas tarefas de grifar trechos e elaborar esquemas e resumos. É a hora de apresentar vários textos e pedir comparações entre eles. Inicialmente, o trabalho é em duplas.

Até que, na quarta etapa, a leitura passa a ser individual. Novas questões garantem o interesse pelas histórias e conceitos que envolvem o descobrimento do Brasil. É o que a argentina Delia Lerner chama de assumir a responsabilidade pelo conhecimento.

1. Planejamento
A professora Adriana, da escola Carlos Saads, em São Luís, seleciona obras sobre o descobrimento do Brasil

2. Leitura em voz alta
Adriana investiga os conhecimentos prévios dos alunos e lê um texto, fazendo comentários e perguntas

3. Leitura em duplas
Os alunos lêem outros textos e respondem a questões, fazendo esquemas e resumos e grifando palavras

4. Leitura silenciosa
As crianças lêem e comparam diferentes textos, mas agora individualmente

Antes da leitura, você precisa...

• Selecionar diferentes textos sobre o tema.

• Programar visitas à biblioteca com a turma.

• Durante a leitura...

• Comente e relacione diferentes textos e linguagens.

• Leia com os alunos em voz alta.

• Ensine a relacionar o título, a capa e o índice com o conteúdo da obra.

• Faça paradas estratégicas para explicar conceitos.

• Depois da leitura...

• Peça resumos sobre o tema estudado.

• Proponha seminários e palestras.

Ler para se informar

A semana dos alunos de 1ª a 4ª série do Colégio Pentágono, em São Paulo, começa com um bate-papo sobre as notícias que foram publicadas nos jornais de sábado e domingo. Em casa, cada criança seleciona uma reportagem. Em sala de aula, todos conversam e trocam idéias, discutem o que está acontecendo no país e no mundo sem nenhuma formalidade. "É uma maravilha quando os assuntos se repetem. Aproveito o gancho para confrontar diferentes pontos de vista", diz a professora Janette Garcez Kruger Crivelari, da 3ª série. A leitura descontraída e dinâmica repete o que ocorre do lado de fora da escola (em que as pessoas comentam o que lêem). E é assim que deveria ser sempre (em vez de apenas apresentar o veículo e suas características, como título, legenda etc., para depois solicitar a confecção de um jornalzinho em classe). Só lendo o jornal de verdade, o estudante será capaz de entender a linguagem rápida e concisa acompanhada de símbolos, gráficos, fotografias e ilustrações do texto da imprensa.

Essa prática aproxima os pequenos do mundo cotidiano distante das metáforas e "viagens" da literatura e ajuda a formar leitores assíduos e interessados pelos fatos reais. "Jornais e revistas cumprem a função básica de produtores de conhecimento. Como a informação é a matéria-prima do trabalho escolar, não há como falar em educação sem ler essas publicações todo dia", explica Flávia Aidar, educadora e historiadora. Nenhuma leitura dá tanta oportunidade de desenvolver o senso crítico. "Há uma distância enorme entre o que acontece dentro e fora da escola. A exploração do texto jornalístico contribui para aproximar essas realidades", diz Maria José Nóbrega. E você ainda ajuda a formar jovens mais críticos e com opiniões próprias, capazes de brigar por seus direitos.

Interesse pela realidade

A professora Janette é uma leitora assídua de jornais. Assim como os alunos, ela também seleciona uma notícia para comentar toda segunda-feira. Segundo ela, os focos de interesse das crianças precisam ser orientados. "Os meninos costumam ir direto na seção de esportes. Se eu não conduzir a leitura, eles não passam para outras páginas." Política e economia só entram nas discussões se ela levantar o tema. E engana-se quem acha que essas questões mais densas devem ficar de fora da pauta. Nesse processo de aprendizagem, cabe ao professor provocar, instigar a curiosidade, fazer relações com outros textos e utilizar as reportagens para a construção do saber. Informação, sozinha, não é nada. Informação aliada ao trabalho docente é conhecimento.

Se você não está a par dos recentes acontecimentos políticos do país, como explicar para os alunos as denúncias de corrupção ou as coligações para a próxima eleição? Há sempre um jeito de fazer os pequenos se interessarem. O caso dos dólares escondidos na cueca do assessor de um parlamentar arrancou muitas gargalhas da turma de Janette. Depois disso, ela aprofundou a discussão, dirigindo a leitura e apontando outras notícias e charges que explicavam melhor o assunto. O mesmo vale no caso do ensino de Ciências toda vez que são publicados artigos sobre um novo software, promessas de cura de algum tipo de câncer ou de tratamentos contra a aids. Nessas condições, o ensino deixa de ser abstrato e também a relação entre diferentes disciplinas fica facilitada. O texto jornalístico é assunto para todo dia e para toda conversa. E que tal comentar esta reportagem com seus colegas?


FONTE:

http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/todas-leituras-423917.shtml
Edição 194 | Agosto 2006

domingo, 17 de janeiro de 2010

O HAITI É AQUI!

PRIMEIRO NA JUDÉIA, DEPOIS EM SAMARIA E ATÉ OS CONFINS DA TERRA!

Para os conhecedores da Bíblia Sagrada, ou curiosos, este trecho de um versículo bíblico acima deve parecer familiar, reportado a um dos ensinamentos de Jesus Cristo a seus discípulos, admoestando-os a levar as boas novas e boas ações a todas as pessoas, no entanto, deveriam começar por sua propria cidade, estado e país, até chegar aos confins da terra.
Trago esta reflexão, após ler um texto que convoca os gravataenses para realizarem doações para o Haiti, em consequência da tragédia noticiada em todos os veículos de informação.
Como todo ser humano "normal", também fiquei chocada com o drama enfrentado pelos haitianos. Como já mencionado pela ONU, "esta é a maior tragédia registrada em todos os tempos". Não há como não sensibilizar-se com tanta dor, tanta miséria...
No entanto, pessoas famosas, artistas e grandes empresas, felizmente estão realizando doações de mantimentos, remédios, limpeza e tudo material necessário para começar a suprir as necessidades daquele povo. O problema agora não é falta de doações, mas de ORGANIZAÇÃO na distribuição de tudo o que já está lá e outros tantos que estão a caminho. Pra variar, os EUA que se considera o centro do universo, cria problemas com as aterrissagens e distribuição dos produtos. Se continuar do jeito que está, em breve haverá desperdício de alimentos, em consequencia do armazenamento.
Enquanto isso, aqui bem perto de nós, MILHARES de pessoas MORREM de FOME. Não é preciso atravessar o oceano para praticar caridade e exercitar o humanismo.
Esta campanha que está sendo realizada agora, pra socorrer os haitianos, só acontece em Gravatá no NATAL, através de entidades, como se as pessoas só precisassem comer uma vez no ano. Além deste movimento, há o incessante trabalho do Tabernáculo Espirita Joana D'Arc, que semanalmente visita as casas pedindo doação de alimentos, para posteriormente distribuir entre as familias carentes, vitimas da desigualdade social, da má distribuição de renda.
Agora, me pergunto: será preciso acontecer uma CATÁSTROFE para que ajudemos os mais necessitados? Por que não há uma mobilização diária, para combatermos a miséria entre nossos conterrâneos?

Pense nisso!








Imagens: Google, Jornal do Commercio (Edição Especial)

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

POR UMA INCLUSÃO NÃO EXCLUDENTE


Cabe à escola contribuir para que crianças com Síndrome de Down e outras deficiências não sejam discriminadas e possam aprender como as demais


Em 2009, pudemos vivenciar dois momentos importantes na luta contra o preconceito para com os deficientes, em nosso município: o primeiro, sem dúvi

da, foi a eleição de um vereador cadeirante em 2008– Doca da Cavalhada, e o segundo, a criação do Conselho Municipal para Pessoas com Deficiência.

Desde a Constituição de 1988, que determina em seu Artigo 208:
III – Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; além da LDBE (Lei de Diretrizes e Bases da Educação ) - n°. 9.394/96. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Art. 4º, III –

atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. Art. 58. Entende-se por educação especial, para

os efeitos desta lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais” - o município tem construído rampas de acesso para garantir a acessibilidade, e as escolas receberam verba do governo federal para adequar seus espaços físicos, a fim de receber de forma digna as pessoas

com necessidades educacionais especificas.

Para a escola, não basta acolher. A ordem é garantir que os estudantes com deficiência avancem nos conteúdos. Outro desafio é o combate aos preconceito, a discriminação e a intolerância. Educadores, diretores, pais, estudantes: nenhum deles nasce com preconceito. A intolerância é assimilada e fomentada pela sociedade, muitas vezes resistente quando se trata de

lidar com as diferenças. "A discriminação surge da necessidade que temos de qualificar as coisas e os indivíduos dentro do que é socialmente considerado normal", diz Dorian Mônica Arpini, do departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Mari

a, no interior do Rio Grande do Sul. As crianças só repetem as atitudes dos adultos em relação às pessoas com deficiência e ao papel que estas desempenham na sociedade. A escola, portanto, é um local em que é necessário combater o preconceito. "Alguns pais acham que a escola inclusiva anda para trás porque o ensino piora com a presença de alunos com deficiência", diz Palencia. "Como vivemos num mundo em que todos querem competir para ter sucesso, talvez andar para trás, no sentido de diminuir um pouco esse compasso frenético, seja positivo." Ele lembra que, normalmente, quando bate o sinal na hora da saída, todos correm alucinados em direção à porta da sala: "Se

há um colega em cadeira de rodas, porém, eles aprendem a esperar, a ajudá-lo e acompanhá-lo." A inclusão ensina a tolerância para todos os que estão diariamente na escola e para a comunidade. "A chegada das crianças com deficiência está provocando uma grande reflexão", observa Dorian. Por isso, os especialistas afirmam que a inclusão escolar é uma revolução silen

ciosa. Para que ela aconteça, no entanto, toda a equipe deve pensar em conjunto. A idéia precisa estar incluída na proposta pedagógica e levar todos a conhecer melhor o assunto. Quando não há informação, se torna angustiante para o professor receber esse aluno e lidar com ele. O trabalho em equipe leva todos os educadores e funcionários a desempenhar de maneira

mais eficiente seu papel nessa área.

E quais devem ser as atitudes do educador qu

e inclui?

*Procura conhecer a legislação que garante o direito à Educação das pessoas com deficiência.

*Exige auxílio, estrutura, equipamentos, formação e inf

ormações da rede de ensino.

*Deixa claro aos alunos que manifestações preconceituosas contra quem tem deficiência não serão toleradas.

*Não se sente despreparado e, por isso, não rejeita o aluno com deficiência.

*Pesquisa sobre as deficiências e busca estratégias escolares de sucesso.

*Acredita no potencial de aprendizagem do aluno

e na importância da convivência com ele para o crescimento da comunidade escola.

*Organiza as aulas de forma que, quando necessário, seja possível dedicar um tempo específico para atender às necessidades específicas de quem tem deficiência.

*Se há preconceito entre os pais, mostra a eles nas reuniõe

s o quanto a turma toda ganha com a presença de alguém com deficiência.

*Apóia os pais dos alunos com informações.

Guilherme Oliveira - 06 anos (meu filho amado)


O Governo Federal, através do Ministério da Educação, também está oferecendo um Curso de 300 horas para professores regentes, destinado a ensinar como trabalhar com pessoas deficientes, através da Plataforma Paulo Freire. As inscrições encerram dia 30 de janeiro. Cabe a um cada um, fazer sua parte, buscar.

Além de exercitar o profissionalismo, praticar também o humanismo, a inclusão, que não exclui, proporcionando uma condição de vida melhor à estas pessoas, que tem muito a nos ensinar, partindo do principio de que NÃO DEVEMOS DAR AOS OUTROS AQUILO QUE NÃO QUEREMOS PARA NÓS OU NOSSOS FILHOS. Dentre as crianças que lutam contra o preconceito e a educação excludente de algumas escolas, se inclui meu filho Guilherme, que este ano, felizmente, poderá voltar a estudar.



Fontes:

http://www.dislexia.org.br/leis/lei004.html

http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/educacao-especial/sociedade-busca-mais-tolerancia-424483.shtml

https://ssd.mec.gov.br/ssd-server/servlet/InitAuthenticationByIdentifierAndPassword?t=pH59TJd7H0rzCiaxs-e_4o_BOdtf52C9cPFd9M7D-CF5MwWS




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