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domingo, 12 de fevereiro de 2012

"Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes". Marcos 2:17

Imagem do Google

Programas do governo federal para a educação, ainda não contemplam as escolas que mais necessitam: Por quê?

Nos últimos anos, temos acompanhando uma enxurrada de programas do governo federal, cujo discurso afirma promover a inclusão de todas as crianças matriculadas no ensino público, oportunizando-lhes situações favoráveis para seu desenvolvimento cognitivo e intelectual. Um belo discurso, como outros tantos do governo federal, contudo, na prática, o critério para  selecionar e implementar alguns projetos, que de fato podem beneficiar alunos que vivem em condições de risco social, são no mínimo estranhos.
Aqui em Gravatá, por exemplo, algumas escolas de periferia, que atendem um público em situação iminente de risco social, não foram contempladas com o programa Mais Educação, por exemplo, que oferece educação integral, garantindo práticas esportivas, atividades lúdicas, reforço didático-pedagógico e alimentação.
A Escola Maria Alice, por exemplo, atende hoje mais de 80 crianças e adolescentes, nos três turnos, fica localizada em um dos bairros mais violentos da cidade, além de ter um público diferenciado, exatamente por conta dos fatores sociais extremos, não foi contemplada com nenhum projeto do governo federal, ao contrário de escolas que atendem no máximo 50 crianças, que chegaram a receber mais de R$ 40.000,00 em verbas para melhoria das condições de ensino, incluindo estrutura física.
Não estou desmerecendo nenhuma escola, muito menos desqualificando  aluno algum. Desejamos que todas as escolas recebam melhoras, e que o ensino ofertado seja sempre de qualidade, num ambiente de qualidade. Meu questionamento é expressado no versículo que postei no título deste texto: "Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes", disse Jesus a seus apóstolos, durante um de seus ensinamentos.
O que é bom, pode e deve ser melhorado, mas, a prioridade não é exatamente para os que nada tem? Se existe uma regra que afirma que, uma escola para ser contemplada, por exemplo, com a assistência de um diretor ou coordenador permanente, precisa obter um número X de matrícula, não é preciso levar em consideração o contexto e a realidade de cada escola, de cada comunidade? Regras servem para nos nortear, nada mais. Não podem servir de instrumento burocrático para "assassinar" a esperança de  seja lá quantas vidas forem, não importando se 10 ou 80. São seres humanos que têm na escola sua única válvula de escape, para não engrossar as estatísticas policiais. Ou mudamos esta forma de pensar e agir, e as nossas prioridades, ou não temos razão para levantar todos os dias e dedicar 4 horas em sala de aula, além das mais de 4 horas dedicadas ao estudo e elaboração de atividades escolares.
Escuto as mães dizendo: "Desde que estudei aqui, essa escola é assim. Não melhora". A situação definida como "assim", refere-se a: ampliação e melhora da estrutura física, oferta de laboratório de informática, funcionários para auxiliar na disciplina e na segurança da escola, ausência de coordenação permanente, que se dedique em tempo integral a escola e suas peculiaridades, buscando meios para fazer com que a comunidade volte a acreditar na escola, ausência de programas do governo, como o Mais Educação.
Será uma encenação de que, acreditamos no que proferimos, através da educação, e os alunos, fingirão que acreditam em nós. Só não sabemos até quando essa mentira vai perdurar, e quem será o primeiro a pagar caro por isso, inclusive, correndo o risco de ser com a própria vida. Repito: SE FALHARMOS COM ELES HOJE, PODEREMOS SER O ALVO DOS SEUS REVÓLVERES AMANHÃ". Pensem nisso!!!

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