Os índios e as missões salvacionistas!
O tema é polêmico, confesso, mas, em meio a tantas atrocidades e injustiças, a educação precisa assumir de vez seu papel de agente de transformação, conscientização, formação e, começar a contar a história deste país pelo ponto de vista certo – o dos índios, que, talvez por não terem sua cultura tão difundida quanto a judaica, por exemplo, não conseguem sensibilização a despeito das inúmeras chacinas sofridas, tal qual o holocausto.
Precisamos parar de “brincar de índio” e ensinar nossas crianças a respeitarem nosso passado, presente e futuro.
Desde 1500 passamos a conhecer inúmeros seres humanos dotados de boa vontade, que, desfazendo-se de suas mordomias, embrearam-se dentro de matas, com intuito de salvar as diversas almas desgarradas do aprisco do Senhor Jesus.
Seria cômico, se não fosse trágico o trabalho que essas missões vêm realizando no meio de nossos indígenas. Tal qual os jesuítas (só que estes estavam no século XV, pois não?), eles provocam uma verdadeira chacina cultural, condicionando os índios a crer no inferno, na existência do pecado, e outras “cositas mas”.
É vergonhosa a maneira com que o governo (des)trata o assunto, fechando os olhos tanto para os santos católicos quanto para os salvos protestantes.
Tanto os salvacionistas brasileiros, quanto estrangeiros, têm entrada livre em todo território indígena nacional, como é o caso da JOCUM (Jovens com uma missão), que tenta criar uma imagem negativa, carregada de preconceito, estereotipada a respeito de algumas práticas culturais. O mais curioso é que, tal qual a lei da escravatura, depois de “libertarem” os índios, estas missões os deixam a mercê de madeireiros, posseiros, garimpeiros, fazendeiros, arrozeiros, etc. e tal.
Pergunto-me todos os dias, por que a JOCUM, por exemplo, não procura salvar seus jovens americanos, assassinos e suicidas, que quase mensalmente consomem nossos noticiários com seus feitos psicóticos?
Por que os católicos não resolvem seus próprios problemas, como os inúmeros abusos de padres pedófilos, dentre milhares de outros, que prefiro me abster, não por medo da repercussão, mas pela azia que me causa. Já não basta-lhes a “SANTA INQUISIÇÃO”?
Aos puritanos e beatos de plantão que citam de boca cheia o versículo “Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura (Marcos 16:15)”, tenho apenas duas coisas a dizer: 1ª- prestem atenção nos outros mais de três mil versículos das escrituras sagradas; 2ª - dentre os outros versículos encontrarão também: “Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio Senhor ele está em pé ou cai; mas estará firme; porque poderoso é Deus para o firmar. (Romanos 14:4)”, e busquem aplacar este espírito assolador da cultura alheia. Já que não consideram os argumentos apresentados quanto às questões culturais, utilizem ao menos este “consolo”. Os índios não precisam de vossos conceitos e preconceitos. Eles já têm problemas demais.
Aos que sentem-se afrontados, questionando quem possa ser esta criatura que se atreve falar estas verdades, tranqüilizo-os dizendo que não estou precisando ser salva, pois já estou. Pasmem!! Sou cristã, atuante, estudiosa, há 33 anos, só não sou estúpida, muito menos hipócrita. Não tenho a menor intenção de direcionar nenhuma ofensa pessoal a religioso algum, todavia, conheço de muito perto a história das igrejas católicas e evangélicas deste país ( e do mundo), e posso afirmar, sem medo de errar, que existem muitas coisas, de fato relevantes, que precisam ser feitas por estas instituições.
Sigam de fato os ensinamentos de Jesus Cristo: CUIDAI DOS ÓRFÃOS, DAS VIÚVAS (Tiago 1:27), DAI DE COMER A QUEM TEM FOME E DE BEBER A QUEM TEM SEDE. E mais: VENDAM TUDO O QUE TEM E DÊEM AOS POBRES ( I Timóteo 6: 10). Está é uma ótima sugestão para o Vaticano e cia. Ltda. Salvem a África! Salvem os menos favorecidos! Vocês devem ao menos ter lido os evangelhos! "Não ajunteis tesouro na terra..."– “é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no céu (Marcos 10:25)”. Já que estão preocupados em povoar o céu com as almas nativas, comecem garantindo seus próprios lugares!
E no mais, algumas vítimas de genocídios já conseguiram sensibilizar a humanidade, por conta das atrocidades por eles sofridas, como é o caso do povo judeu, que têm a seu favor os registros de um livro mundialmente difundido: A Bíblia Sagrada.
Mas, e os índios? Quem virá a favor deles? Estou certa de que o melhor Messias que almejam é o reconhecimento por parte do mundo de que eles sempre existiram sem precisar de nenhuma outra ideologia e/ou filosofia, senão, a que eles próprios propagam. Eles esperam e precisam tão somente do salvador chamado RESPEITO!!!
Quanto a nós, educadores, precisamos acreditar que a educação é a maior ferramenta de transformação do homem. Único instrumento com capacidade de provocar mudanças comportamentais, ideológicas.
Precisamos tomar as rédias do conhecimento e, recontarmos a história de nosso país, exaltando de fato aqueles que banharam com seu próprio sangue estas terras, para que hoje, engatinhássemos rumo à maturidade democrática – “...portanto dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo: a quem imposto, imposto: a quem temor, temor: a quem honra, honra (Romanos 13:7)”.
Bíblia Sagrada (Tradução Abraão de Almeida)
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