Atual terreno onde antes havia uma Horta Escolar Orgânica - Cotunguba
Era uma vez uma professora que acreditava que o ensino público poderia ser tão bom quanto o das escolas particulares, e certo dia, procurou colocar em prática um projeto que havia elaborado havia algum tempo – criar uma horta orgânica ao lado da escola em que trabalhava, para através dela, desenvolver uma consciência ecologicamente correta nos alunos, bem como mudar seus hábitos alimentares, garantindo-lhes qualidade de vida.
Não bastasse a astúcia de tal idéia ( na visão dos outros), havia ainda outro obstáculo a ser superado, tomando como base os pilares da educação: PLANTAR HORTALIÇAS EM UM SOLO SALINO, com água salobra.
Com ajuda da comunidade e cooperação de algumas pessoas que compunham o poder político de seu país, naquela época, a professora, em pouco tempo, transformou uma paisagem desoladora, dessas típicas da caatinga, em uma visão inspiradora, em algo verdadeiro e promissor, como acreditava ela, a educação deveria ser.
As palmas (plantas típicas da caatinga, que alimentam o gado) foram substituídas por ALFACE, BETERRABA, CENOURA, RÚCULA, BROCÓLIS, MILHO, BERINJELA, COUVE, RABANETE, COENTRO, etc., que enriqueciam a merenda dos alunos, como também beneficiava os pais que ajudavam na manutenção da horta.
Esse trabalho proporcionou cenas inusitadas, como por exemplo, crianças de 3 anos comendo rabanete na salada, e mudanças de comportamento consideráveis, especialmente se partirmos do princípio de que crianças têm a fama de não gostar de verduras e hortaliças. Durante 3 anos, a qualidade de vida dos alunos, no que concerne à alimentação e ao rendimento escolar, melhorou, assim como, o envolvimento de seus familiares.
As mães recebiam treinamento, orientação de como usar e preparar os alimentos de forma integral (utilizando cascas, talos, folhas, etc.), e os alunos por sua vez traduziam o que todos já ouviram falar: “Quem vai para a escola tem fome de aprender, desde que não tenha fome de fato...”
Um trabalho que tinha tudo para ser expandido, esbarrou na arrogância de “um rei mal coroado, que não queria o amor em seu reinado, pois sabia que não iria ser amado...”
A professora continua tendo sonhos! E aos que assistiram sem esboçar reação alguma (ao menos de indignação), ela segue parodiando a ironia feita por Maquiavel “a mediocridade e o anonimato são a melhor escolha... o mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer”!
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