Reflexões sobre a educação, ação social e as Culturas Indígenas e Afro brasileira.
"Acreditando na magia que existe na educação! Buscando ser a mudança que quero ver no mundo"!
CONTATOS: sunamitamagalialbuquerque@hotmail.com /sunamitanativaoliveira@gmail.com
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domingo, 10 de abril de 2016
INTERVENÇÃO NOMEADA PELO GOVERNO DE PERNAMBUCO FECHA NOVE ESCOLAS RURAIS EM GRAVATÁ
Sob o nome de "reordenamento", a intervenção nomeada pelo Governo de Pernambuco fecha nove escolas do campo em Gravatá, alegando ser nome da qualidade na educação, colocando a existência das salas seriadas existentes no campo como vilãs e responsáveis pelos baixos índices do IDEB, contudo, todo o processo começou e terminou de forma arbitrária, passando por cima de todas as leis, a exemplo da Lei Nº 12.960/2014 que determina que, para uma escola do campo ser fechada deve ser precedida de estudo de impacto, justificativa e diagnóstico e que considere o posicionamento das comunidades envolvidas.
O cenário que temos hoje é uma afronta a dignidade humana e extrapola qualquer entendimento que se tenha de direitos e de educação: crianças pequenas, entre 05 e 07 anos de idade sendo submetidas a situações de extremo desgaste físico, tendo que percorrer mais de 12 km de distância, em estradas que de tão ruins são usadas como pista de teste pela Jeep, em carros desconfortáveis (Toyotão), com até 23 crianças onde só cabem 12, sem cinto de segurança, levando poeira no rosto, tendo que serem acordados pelas mães as cinco da manhã, pra pegar o transporte às seis horas, sem café da manhã na maioria das vezes, para só chegar na escola as 7h 30m e chegar em casa às 12h 40m, enquanto que antes desse "reordenamento", precisam de apenas 05 minutos para chegar na escola da comunidade, reformada recentemente, através da verba do PDDE Campo (Programa Dinheiro Direito da Escola), com computadores e mini-biblioteca, forro de PVC, piso de cerâmica, espaço para recreação e, especialmente, com a participação ativa da família em sua vida escolar, dentro da Pedagogia da Terra, incluso no Programa Escola Ativa.
As mães já de organizam para denunciar esta situação degradante aos grupos de Direitos Humanos!
ESCOLA MONSENHOR EUGENIO VILANOVA, LOCALIZADA NO SÍTIO COTUNGUBA, FECHADA PELA INTERVENÇÃO ESTADUAL, OBRIGANDO CRIANÇAS PEQUENAS A PERCORRER MAIS DE 12 KM ATÉ O DISTRITO DE AVENCAS.
ESCOLA MARIA AUXILIADORA FARIAS CARNEIRO, LOCALIZADA NO SÍTIO VÁRZEA GRANDE, TAMBÉM FECHADA PELA INTERVENÇÃO ESTADUAL DO GOVERNO DE PERNAMBUCO.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2016
Educação Rural no Brasil
Mais força para a Educação no campo
Legislação que prevê o respeito às características da população rural ainda não virou realidade
Iracy Paulina (novaescola@fvc.org.br)
Vínculo com a terra Depois do avanço nos anos 1990, políticas públicas ainda precisam considerar as necessidades de ensino das crianças e investir no fortalecimento da ligação do professor com a escola rural
Para garantir, pelo menos em lei, uma escola adequada, os moradores da área rural batalharam muito. O ensino, durante anos, apenas preparou os estudantes para trabalhar nas cidades. Os movimentos populares dos anos 1980, como o dos Trabalhadores Sem Terra (MST), pediram mudanças. "Uma das principais conquistas foi a inclusão do tema na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em 1996", pontua Maria Antonia de Souza, professora de pós-graduação do curso de Educação da Universidade Tuiuti do Paraná. Outros documentos oficiais em que também há preocupação com os âmbitos pedagógico e político são expressão das lutas dos povos do campo, como as Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo e as diretrizes complementares. Em 2004, o MEC criou a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), que tem entre suas atribuições a de gerenciar diversos programas voltados à melhoria das condições de ensino no meio rural. Um deles é o Escola Ativa, com metodologia voltada para salas multisseriadas - existem mais de 50 mil escolas no país que têm uma sala só, reunindo crianças de diversas idades. Outra iniciativa é o Programa de Apoio à Formação Superior em Licenciatura em Educação do Campo (Procampo), que tem como objetivo investir na formação em serviço de professores dos anos finais do Ensino Fundamental - principalmente os que têm o Ensino Médio e não frequentam uma universidade.
"A Educação no campo precisa valorizar ainda mais a realidade de quem vive e trabalha na terra, fortalecer o vínculo do professor com a escola e oferecer mais vagas tanto na segunda etapa do Ensino Fundamental como no Médio", afirma Mônica Castagna Molina, docente da Universidade de Brasília (UnB).
Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/modalidades/mais-forca-educacao-campo-618019.shtml
EDUCAÇÃO NO MEIO RURAL: Um estudo sobre salas multisseriadas
Por Caroline Leite Rodrigues
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito à obtenção do título de Mestre em Educação.
Área de concentração: Formação de professores.
Orientadora: Profª. Drª. Lucíola Licínio de Castro Paixão Santos
Esta pesquisa tem por objetivo compreender a prática pedagógica do professor de
sala multisseriada, passando pelos territórios da formação docente, que começa a dar
os seus primeiros passos em direção às especificidades da Educação do Campo e da
multisseriação, com cursos que contemplam a realidade dos povos campesinos e se
propõem a oferecer uma educação que valorize suas raízes - valores, costumes,
culturas –, suprindo as reais necessidades quanto à formação docente do professor do
campo. Cursos como Pedagogia da Terra e o Programa Escola Ativa, que têm
propostas pedagógicas diferenciadas que visam uma Educação Libertadora, para
formar um sujeito consciente de seu papel social. As salas multisseriadas são
rotuladas como sendo sinônimo de atraso e de baixa qualidade por se tratar de turmas
compostas por várias séries, com um único professor, localizadas, em sua grande
maioria, em localidades rurais, com estruturas – física e material – precárias. No
entanto, veremos que o ensino nessas turmas pode ser sim, de qualidade, desde que
ofereça condições estruturais mínimas para isso. Esse estudo mostra as mudanças
ocorridas no decorrer dos anos nessas escolas multisseriadas em relação à formação
docente, estrutura das escolas, condições do trabalho docente, transporte escolar, a
emergência do conceito de Educação do Campo, dentre outros. Para tal, buscamos
embasamento teórico em Tardif (2000, 2002, 2005), Pimenta (2005), Arroyo (2000,
2007), dentre outros, que discutem a formação e a prática dos professores. Em
relação à Educação do Campo, contamos com contribuições de autores como Caldart
(2004, 2008, 2009), Calazans (1993), Molina (2008), Vendramini (2008), Leite (2002),
entre outros. A pesquisa está organizada em seis capítulos, além da Introdução e das
Considerações Finais, onde analisamos a prática pedagógica do professor de sala
multisseriada com base em observações do seu cotidiano, entrevistas e questionário,
que associados aos referenciais teóricos, nos proporcionaram construir esse trabalho,
que busca compreender como esta prática é construída sem uma formação
acadêmica que contemple essa modalidade de ensino.
Palavras-chave: prática pedagógica, formação docente, classes multisseriadas,
educação do campo.
LEIA NA ÍNTEGRA: http://slideplayer.com.br/slide/1860148/
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito à obtenção do título de Mestre em Educação.
Área de concentração: Formação de professores.
Orientadora: Profª. Drª. Lucíola Licínio de Castro Paixão Santos
RESUMO
Esta pesquisa tem por objetivo compreender a prática pedagógica do professor de
sala multisseriada, passando pelos territórios da formação docente, que começa a dar
os seus primeiros passos em direção às especificidades da Educação do Campo e da
multisseriação, com cursos que contemplam a realidade dos povos campesinos e se
propõem a oferecer uma educação que valorize suas raízes - valores, costumes,
culturas –, suprindo as reais necessidades quanto à formação docente do professor do
campo. Cursos como Pedagogia da Terra e o Programa Escola Ativa, que têm
propostas pedagógicas diferenciadas que visam uma Educação Libertadora, para
formar um sujeito consciente de seu papel social. As salas multisseriadas são
rotuladas como sendo sinônimo de atraso e de baixa qualidade por se tratar de turmas
compostas por várias séries, com um único professor, localizadas, em sua grande
maioria, em localidades rurais, com estruturas – física e material – precárias. No
entanto, veremos que o ensino nessas turmas pode ser sim, de qualidade, desde que
ofereça condições estruturais mínimas para isso. Esse estudo mostra as mudanças
ocorridas no decorrer dos anos nessas escolas multisseriadas em relação à formação
docente, estrutura das escolas, condições do trabalho docente, transporte escolar, a
emergência do conceito de Educação do Campo, dentre outros. Para tal, buscamos
embasamento teórico em Tardif (2000, 2002, 2005), Pimenta (2005), Arroyo (2000,
2007), dentre outros, que discutem a formação e a prática dos professores. Em
relação à Educação do Campo, contamos com contribuições de autores como Caldart
(2004, 2008, 2009), Calazans (1993), Molina (2008), Vendramini (2008), Leite (2002),
entre outros. A pesquisa está organizada em seis capítulos, além da Introdução e das
Considerações Finais, onde analisamos a prática pedagógica do professor de sala
multisseriada com base em observações do seu cotidiano, entrevistas e questionário,
que associados aos referenciais teóricos, nos proporcionaram construir esse trabalho,
que busca compreender como esta prática é construída sem uma formação
acadêmica que contemple essa modalidade de ensino.
Palavras-chave: prática pedagógica, formação docente, classes multisseriadas,
educação do campo.
LEIA NA ÍNTEGRA: http://slideplayer.com.br/slide/1860148/
quinta-feira, 14 de janeiro de 2016
MOVIMENTOS SOCIAIS PREPARAM UM GRANDE MANIFESTO CONTRA O FCHAMENTO ARBITRÁRIO DAS ESCOLAS DO CAMPO EM GRAVATÁ-PE
Sem obter uma resposta
satisfatória após diversas tentativas de mostrar para a intervenção municipal,
nomeada pelo Governador Paulo Câmara em Gravatá, que o fechamento das escolas
do campo ferem diversas Leis, de âmbito federal, estadual e municipal, os
Movimentos Sociais prometem tomar as ruas de Gravatá nas próximas semanas, para
protestar contra essa ação que consideram criminosa, e que representa um grande
retrocesso na conquista dos direitos, não somente do homem do campo, mas de
toda sociedade, por abrir um grande precedente.
O Artigo 53 do Estatuto da
Criança e do Adolescente garante a criança o direito a educação em uma escola
de qualidade o mais perto possível de sua casa.
O fechamento de escolas fere a
Resolução do Conselho Estadual de Educação de PE, Nº 02 de 31 de março de 2009,
em seu Art. 7º. Parágrafo Único – A educação infantil e os anos iniciais do
ensino fundamental serão oferecidos nas próprias comunidades, evitando-se o
processo de nucleação de instituições e o deslocamento dos estudantes.
Afronta o Decreto Presidencial
Nº 7. 352/2010 que trata da valorização das escolas do campo, com investimento
garantido pelo governo federal com reformas, melhorias, ampliação e manutenção.
Descumpre a Lei Nº.
12.960/2014, que altera o Artigo 4º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
determina que para uma escola ser fechada faz-se necessário contar com o apoio
da comunidade escolar, o que em Gravatá se dá ao contrário, pois os pais
entregaram no Ministério Público um abaixo assinado contra o fechamento das
escolas.
O Plano Municipal de Educação
de Gravatá, aprovado em março de 2014 determina o investimento nas escolas do
campo para seu fortalecimento, contrário a nucleação proposta para intervenção,
alegando corte de despesas. Mais uma vez a educação é tida como gasto e não
investimento. O Plano Municipal prevê a qualificação dos professores do campo,
voltada para a Pedagogia da Terra, valorizando o homem do campo e garantindo
sua permanência no meio rural com dignidade. O investimento que começou a ser
feito já deu resultados, pois as escolas do campo obtiveram índices superiores
a muitas escolas da área urbana na Prova do SAEPE 2014. (http://resultados.caedufjf.net/resultados/publicacao/publico/escola.jsf)
A intervenção tem
criminalizado a existência de salas multiseriadas, alegando serem elas
responsáveis pelos baixos índices do IBED do município, contudo, nenhuma das
escolas que está sob ameaça de fechamento realizou a Prova Brasil. Apenas 16
escolas, de um total de 65, portanto, menos de 30%. (http://www.qedu.org.br/cidade/3591-gravata/ideb)
As escolas do campo vem
recebendo verba para realizar melhoria em sua infraestrutura desde 2010, como
determina a Lei. A qualidade na educação tem que ser ofertada onde a criança
reside, e não locomover a criança, retirando-a de seu contexto sociocultural
diferenciado, alegando ser em nome de uma suposta qualidade superior. É uma
afronta as lutas dos movimentos sociais pela qualidade na educação no campo,
para o campo, dentro da Pedagogia da Terra.
Os Movimentos Sociais,
juntamente com o Conselho Municipal de Educação, sindicato dos servidores,
sindicato dos professores, pais e outros segmentos, participaram de duas
reuniões com a Secretária de Educação nomeada pela intervenção, sem sucesso e
sem abertura de diálogo por parte da intervenção. A Secretaria NÃO apresentou
um diagnóstico, nem estudo, nem nenhum documento que demonstre o impacto,
justificativa por escrito, nem algo que comprove as alegações apresentadas. O
Censo escolar comprova a existência de número de alunos suficiente para manter
as escolas funcionando, sem onerar o município, uma vez que todas as escolas
recebem verba federal diretamente em suas contas, através das Unidades
Executoras (Uex), por meio do FNDE, no Programa Dinheiro Direto na Escola. (http://www.fnde.gov.br/pls/internet_pdde/internet_fnde.PDDEREX_4_PC?p_ano=2015&b_ver=3&p_cgc=11049830000120&p_tip=P&p_prog=02)
O Conselho Municipal de
Educação, Sindicatos, Comitê Estadual de Educação já emitiram parecer contrário
ao fechamento das escolas. Também protocolaram denúncia no Ministério Público
Estadual, em Gravatá e no Ministério Público Federal em Caruaru. Enquanto a
justiça não se pronuncia, e a gestão
nomeada pelo Governador não sinaliza a existência de bom senso e reconhece o
equívoco cometido contra a população, os Movimentos Sociais liderados pelo MST
– Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, promete ocupar as ruas, em um grande
protesto, e contará com o apoio de todos os segmentos da sociedade civil!
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