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sábado, 14 de junho de 2014

Operários de Belo Monte pagam sexo com vale-alimentação

AGUIRRE TALENTO
DE BRASÍLIA
13/06/2014  jornal Folha de São Paulo

A cada início de mês, o pagamento dos operários da obra da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, provoca um boom nos serviços de prostituição de Altamira (a 900 km de Belém), estimulando inclusive a exploração de crianças e de adolescentes.
As informações constam de um estudo da UFPA (Universidade Federal do Pará), financiado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, e finalizado em maio.
No domingo (8), a Folha mostrou que, segundo a pesquisa, Belo Monte empurrou índios da região para o circuito de exploração sexual na cidade, a mais impactada pela construção da usina.
Relatos obtidos pelos pesquisadores apontam que os operários da obra usam até vale-alimentação para pagar pelos serviços sexuais.
Embora a prostituição ocorra abertamente nas boates de Altamira, a exploração de menores de idade costuma ser camuflada, pois elas geralmente não têm permissão para trabalhar nesses locais.
Segundo o relatório, donos de casas noturnas fornecem telefones de adolescentes. Várias delas também fazem ponto em outros locais.
Nas rondas feitas pela equipe do projeto, foram encontradas adolescentes em duas casas, "porém, sem a possibilidade de saber se elas estavam trabalhando nas boates ou 'fazendo ponto' em frente delas", diz o relatório.
Tanto operários da obra como funcionários de alto escalão estão envolvidos na exploração sexual, diz o estudo.
Em um dos casos, uma conselheira tutelar encontrou em uma residência grande, com piscina e churrasqueira, três adolescentes e duas mulheres maiores de idade, todas em trajes de banho, com quatro homens.
Segundo ela, tratavam-se de altos funcionários de Belo Monte.
A obra tem em torno de 25 mil operários, que incharam o município de 99 mil habitantes. Funcionários dizem que buscam os serviços por ficar muito tempo longe de suas famílias e por causa da intensa rotina de trabalho.
O estudo analisou casos registrados nas instituições públicas e ouviu moradores de Altamira, em especial, taxistas. Em abril, os pesquisadores firmaram um pacto com Belo Monte para o enfrentamento da violência
sexual.
OUTRO LADO
A Norte Energia, empresa responsável por Belo Monte, diz que houve redução de 33% na violência contra crianças e adolescentes na cidade, pelos dados do Conselho Tutelar, e que tem ajudado a enfrentar o problema.
Ela diz ter feito ações educativas, como palestras, e doado equipamentos a órgãos de segurança pública e assistência social.
Já o CCBM (Consórcio Construtor de Belo Monte), contratado pela Norte Energia para a obra, diz que reduziu o intervalo das visitas dos trabalhadores às famílias e que faz campanhas contra exploração sexual de menores de idade, inclusive com seus operários. 


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